terça-feira, abril 09, 2019

Brexit

Eu fui daquelas que não gostou (se é que tenho o direito de gostar ou não gostar!) do resultado do Referendo que conduziu ao Brexit. Não gostei porque acho que, apesar de todas as suas eurocontradições, o Reino Unido fará falta à União Europeia em que acredito. Fará falta para a defesa do mercado interno, fará falta na visão não federal, fará falta na sua defesa intransigente de um projecto de nações soberanas. Fará falta no seu imenso conhecimento e experiência em inúmeros temas, do sistema financeiro, à presença da Europa no mundo! Fará até falta nas suas dúvidas e questões que punham travão a alguns ímpetos mais integracionistas. Na minha mundividência e inclinação política, farão sobretudo falta os conservadores, para um ECR equilibrado e confiável. Posto isto, e estando nós nas derradeiras horas antes do segundo prazo de saída, parece-me que a única solução é, de facto, o Reino Unido sair no dia 12, sem acordo. Nada poderá ser pior do que o triste espetáculo a que temos assistido de um Estado refém de um resultado de uma consulta popular que nenhum político quer cumprir. Se mais uma vez se pedir um adiamento, se for um adiamento longo e se forem realizadas as eleições para o Parlamento Europeu, o Brexit estará condenado. E isso, por muito que eu não goste da ideia de saída, não é o que o povo britânico decidiu. Possivelmente, até, a saída sem acordo será o mais próximo do que estava na cabeça dos Brexiters quando votaram. Fazer tábua rasa desse voto, será um golpe duríssimo numa das mais antigas democracias. E isso não trará nada de bom para o RU e para a UE.

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