quarta-feira, fevereiro 05, 2020

"És nazi. Não, o teu pai é que é!"

Sobre o cartoon do Público, duas ou três coisas: é ofensivo, é estúpido e é perigoso. Sobre o ser ofensivo, não me vou alongar porque no dia em que achar que o humor não pode ofender, é melhor calar-me. Quanto ao ser estúpido, diz mais sobre a autora do que sobre o objecto, deixando evidente a sua profunda ignorância da história. Quanto ao último ponto, ser perigoso, é do meu ponto de vista o mais grave. E porquê? Porque banaliza o mal e normaliza a palavra "nazi". Chamar nazi a um partido como o CDS permite que tudo possa ser nazi e, nesse dia, ser "nazi" não quererá dizer nada. E isso é muitíssimo perigoso. Há palavras e símbolos (e ideologias por trás delas) que representam o mal. Normalizar e banalizar o mal é torná-lo mais possível. O autor do boneco nem precisava de ler Hannah Arendt. Bastava conhecer a história do Pedro e do Lobo.

quarta-feira, janeiro 29, 2020

sobre o Chega

Começo a pensar que o Chega é uma piada de mau gosto de António Costa. Este tipo de direita é mesmo a direita em que a esquerda gosta de “malhar” e que caricatura, no mau sentido, os conservadores-liberais que se opõem ao socialismo, às políticas identitárias e à bipolarização nos extremos. Esta direita de voz grossa, ao perder a razão, acaba a legitimar (inadvertidamente) todas as ideias estúpidas, extremistas ou populistas que estão do outro lado. Hoje, ao invés de discutirmos uma proposta absurda (e populista) do Livre, discutimos um tweet do André Ventura. Pior, hoje, ao invés de discutirmos um mau Orçamento do Estado e algumas boas propostas apresentadas para o alterar, discutimos o acessório. Afinal, depois de muito procurar, o Chega afinal é que é a Direita que a Esquerda adora.

segunda-feira, janeiro 27, 2020

Sobre o Congresso do CDS

Não se devem fazer análises a quente muito menos quando temos ligação emocional forte ao objecto em análise. Por isso não posso dizer mais nada sobre o Congresso do CDS para além de que foi com grande convicção e alegria que estive ao lado do João Pinho de Almeida a defender aquilo em que acreditamos. Para além disso, olhando para esta análise do Público, é com tristeza que vejo na lista de derrotados não apenas amigos mas pessoas que deram muito ao CDS e a Portugal quer no governo, quer na Assembleia da República, quer em Bruxelas. Os ciclos mudam e sei que a renovação é precisa. Mas não há futuro que se construa sem um passado sólido que o sedimente. Ao Francisco Rodrigues Dos Santos desejo a melhor sorte e que se orgulhe sempre de quem o precedeu e desta lista de “vencidos” de hoje, porque são do melhor que demos ao país nos últimos 20 anos.

 

quinta-feira, janeiro 23, 2020

#oquenosune

Filiei-me no CDS em 1999. Fui Portista super entusiasmada. Fui oposição a Ribeiro e Castro, por vezes pouco moderada. Em Gondomar não votei em Assunção Cristas. Vou ao próximo Congresso defender exactamente aquilo que me levou a filiar no CDS aos 18 anos: um partido que é a casa mãe do espaço não socialista, o garante da liberdade individual e o defensor da pessoa face ao colectivo.
Nunca como hoje foi tão necessário um CDS assumidamente anti-socialista, anti-estatista e defensor da liberdade individual. Os motivos que levaram o CDS a votar contra a Constituição, são os mesmos que nos levam hoje a ser oposição a António Costa e ao que a sua governação representa. Portugal precisa de se libertar do socialismo que nos oprime fiscalmente, que nos quer controlar os comportamentos, que quer doutrinar os nossos filhos, que nos quer amarrar a um modelo único de Estado social que está em falência e que nos amordaça com o politicamente correcto. O combate pela liberdade é o combate chave dos próximos anos, seja a liberdade contra o esbulho fiscal, seja a liberdade de escolha na saúde, na educação e na segurança social, seja a liberdade de conduzirmos a nossa vida sem interferência exagerada do Estado.
O CDS tem que ser o garante de todas as liberdades e tem que se apresentar aos eleitores com propostas concretas para problemas e desafios reais. Não precisamos de um CDS enredado em discussões doutrinárias que ao invés de nos aproximarem do eleitorado nos enclausuram num círculo cada vez mais apertado. Não precisamos, também, de entrar numa corrida por descobrir quem melhor representa a direita. Somos todos CDS, ser de direita é parte da nossa identidade constante, não é uma variável do discurso político.
O CDS que eu quero, tem que ter respostas novas para as suas causas de sempre, como sejam a reforma do Estado e a justiça fiscal; a defesa da autoridade do Estado, seja das polícias, dos professores ou dos magistrados; a separação de poderes, a reforma da Justiça e luta contra a corrupção; a defesa do mundo rural e do interior; a preocupação social com os mais vulneráveis e com a defesa de políticas amigas das famílias, sem se ocupar em demasia com o que é a definição de família.
A estas, acresce que o CDS tem que conseguir dar uma resposta não socialista a questões centrais do nosso presente e futuro como sejam as alterações do mercado laboral motivadas pela digitalização e inteligência artificial, a urgência da questão demográfica e a necessária reforma da segurança social, a crescente digitalização da economia e a transição para a neutralidade carbónica que vai transfigurar o mundo, impondo uma “revolução climática”.
Por fim, e tendo nós assistido ao que motivou o Brexit e ao que vem dando gás ao discurso populista, o CDS tem o desafio de dar respostas válidas e ponderadas aos receios (fundados ou infundados) dos eleitores perante um mundo em mudança, sejam eles o medo do que é novo, do que é diferente ou do que vem de fora.
Ter um discurso sobre todas estas questões e apresentar soluções é fundamental para a saúde das nossas democracias. Se não o fizermos, deixamos que ganhe o actual caminho da polarização e do extremismo que enfraquece a democracia, dificulta o diálogo e torna impossível o compromisso.
O desafio é enorme, mas eu acredito que o CDS, com mais de 40 anos de História, em parte feita debaixo de cerco e “contra mundo”, consegue posicionar-se como o partido da direita moderna e popular que é a casa dos não socialistas, sejam eles liberais, conservadores ou democratas-cristãos.
João Pinho de Almeida, que conheço há 20 anos, de quem já fui oposição e com quem fiz muito caminho e com quem aprendi muito, é precisamente quem melhor faz a síntese do que é o CDS e do que fomos, aliando a experiência de quem foi dirigente, deputado e governante, à frescura de quem consegue pensar sem amarras e ao pragmatismo de quem preza o compromisso.
É por isso que não compreendo a facilidade com que alguns pretendem colar o João à responsabilidade do mau resultado das legislativas, quando o mesmo João esteve também nos resultados que nos levaram ao Governo por duas vezes, que nos deram 2 Eurodeputados quando achávamos isso impossível ou quando elegemos 4 deputados no círculo do Porto. Ter passado no CDS e ter orgulho na história do nosso partido não é crime, pecado ou cadastro. #oquenosune é muito mais do que termos sido apoiante de A ou B no passado. #oquenosune é uma visão de futuro para o CDS e, sobretudo para Portugal. Uma visão não sectária, moderna, arejada e de defesa intransigente dos nossos princípios e valores ao serviço das nossas causas de sempre e dos desafios que o futuro nos coloca. #oquenosune hoje é, por tudo isto, o João Almeida.

terça-feira, janeiro 07, 2020

#oquenosune é a defesa da liberdade

#oquenosune é sermos todos diferentes mas todos acreditarmos no CDS e vermos no João Pinho de Almeida o melhor para nos liderar num momento difícil. Nunca a luta pela liberdade contra o socialismo foi tão importante como hoje e o CDS é fundamental nesta batalha hoje como foi no passado.