quinta-feira, janeiro 23, 2020

#oquenosune

Filiei-me no CDS em 1999. Fui Portista super entusiasmada. Fui oposição a Ribeiro e Castro, por vezes pouco moderada. Em Gondomar não votei em Assunção Cristas. Vou ao próximo Congresso defender exactamente aquilo que me levou a filiar no CDS aos 18 anos: um partido que é a casa mãe do espaço não socialista, o garante da liberdade individual e o defensor da pessoa face ao colectivo.
Nunca como hoje foi tão necessário um CDS assumidamente anti-socialista, anti-estatista e defensor da liberdade individual. Os motivos que levaram o CDS a votar contra a Constituição, são os mesmos que nos levam hoje a ser oposição a António Costa e ao que a sua governação representa. Portugal precisa de se libertar do socialismo que nos oprime fiscalmente, que nos quer controlar os comportamentos, que quer doutrinar os nossos filhos, que nos quer amarrar a um modelo único de Estado social que está em falência e que nos amordaça com o politicamente correcto. O combate pela liberdade é o combate chave dos próximos anos, seja a liberdade contra o esbulho fiscal, seja a liberdade de escolha na saúde, na educação e na segurança social, seja a liberdade de conduzirmos a nossa vida sem interferência exagerada do Estado.
O CDS tem que ser o garante de todas as liberdades e tem que se apresentar aos eleitores com propostas concretas para problemas e desafios reais. Não precisamos de um CDS enredado em discussões doutrinárias que ao invés de nos aproximarem do eleitorado nos enclausuram num círculo cada vez mais apertado. Não precisamos, também, de entrar numa corrida por descobrir quem melhor representa a direita. Somos todos CDS, ser de direita é parte da nossa identidade constante, não é uma variável do discurso político.
O CDS que eu quero, tem que ter respostas novas para as suas causas de sempre, como sejam a reforma do Estado e a justiça fiscal; a defesa da autoridade do Estado, seja das polícias, dos professores ou dos magistrados; a separação de poderes, a reforma da Justiça e luta contra a corrupção; a defesa do mundo rural e do interior; a preocupação social com os mais vulneráveis e com a defesa de políticas amigas das famílias, sem se ocupar em demasia com o que é a definição de família.
A estas, acresce que o CDS tem que conseguir dar uma resposta não socialista a questões centrais do nosso presente e futuro como sejam as alterações do mercado laboral motivadas pela digitalização e inteligência artificial, a urgência da questão demográfica e a necessária reforma da segurança social, a crescente digitalização da economia e a transição para a neutralidade carbónica que vai transfigurar o mundo, impondo uma “revolução climática”.
Por fim, e tendo nós assistido ao que motivou o Brexit e ao que vem dando gás ao discurso populista, o CDS tem o desafio de dar respostas válidas e ponderadas aos receios (fundados ou infundados) dos eleitores perante um mundo em mudança, sejam eles o medo do que é novo, do que é diferente ou do que vem de fora.
Ter um discurso sobre todas estas questões e apresentar soluções é fundamental para a saúde das nossas democracias. Se não o fizermos, deixamos que ganhe o actual caminho da polarização e do extremismo que enfraquece a democracia, dificulta o diálogo e torna impossível o compromisso.
O desafio é enorme, mas eu acredito que o CDS, com mais de 40 anos de História, em parte feita debaixo de cerco e “contra mundo”, consegue posicionar-se como o partido da direita moderna e popular que é a casa dos não socialistas, sejam eles liberais, conservadores ou democratas-cristãos.
João Pinho de Almeida, que conheço há 20 anos, de quem já fui oposição e com quem fiz muito caminho e com quem aprendi muito, é precisamente quem melhor faz a síntese do que é o CDS e do que fomos, aliando a experiência de quem foi dirigente, deputado e governante, à frescura de quem consegue pensar sem amarras e ao pragmatismo de quem preza o compromisso.
É por isso que não compreendo a facilidade com que alguns pretendem colar o João à responsabilidade do mau resultado das legislativas, quando o mesmo João esteve também nos resultados que nos levaram ao Governo por duas vezes, que nos deram 2 Eurodeputados quando achávamos isso impossível ou quando elegemos 4 deputados no círculo do Porto. Ter passado no CDS e ter orgulho na história do nosso partido não é crime, pecado ou cadastro. #oquenosune é muito mais do que termos sido apoiante de A ou B no passado. #oquenosune é uma visão de futuro para o CDS e, sobretudo para Portugal. Uma visão não sectária, moderna, arejada e de defesa intransigente dos nossos princípios e valores ao serviço das nossas causas de sempre e dos desafios que o futuro nos coloca. #oquenosune hoje é, por tudo isto, o João Almeida.

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