quarta-feira, fevereiro 05, 2020
"És nazi. Não, o teu pai é que é!"
Sobre o cartoon do Público, duas ou três coisas: é ofensivo, é estúpido e é perigoso. Sobre o ser ofensivo, não me vou alongar porque no dia em que achar que o humor não pode ofender, é melhor calar-me. Quanto ao ser estúpido, diz mais sobre a autora do que sobre o objecto, deixando evidente a sua profunda ignorância da história. Quanto ao último ponto, ser perigoso, é do meu ponto de vista o mais grave. E porquê? Porque banaliza o mal e normaliza a palavra "nazi". Chamar nazi a um partido como o CDS permite que tudo possa ser nazi e, nesse dia, ser "nazi" não quererá dizer nada. E isso é muitíssimo perigoso. Há palavras e símbolos (e ideologias por trás delas) que representam o mal. Normalizar e banalizar o mal é torná-lo mais possível. O autor do boneco nem precisava de ler Hannah Arendt. Bastava conhecer a história do Pedro e do Lobo.
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