Segundo a comunicação social, parece que um aluno de PHD encontrou um erro num Excel usado por dois professores para "justificar a austeridade". Diziam Reinhart e Rogoff no paper “Growth in a Time of debt” que Estados com uma dívida superior a 90% do PIB teriam mais dificuldade em crescer.
Pois bem, eu que nada percebo de Excel e muito menos de teoria económica, resolvi passar esta tese para a escala individual e, fazendo-o, parece-me razoavelmente evidente que se a minha dívida equivaler a 90% do meu rendimento, pouco ou nada sobra para que eu possa investir, criando riqueza adicional. Os 10% que não seriam comidos pela dívida mal cobririam as necessidades básicas.
Assim, com ou sem erro no Excel, conclui-se facilmente que mais dívida nunca equivale a mais riqueza, antes pelo contrário. Pelo que, com ou se erro no Excel, a solução será sempre diminuir a dívida e para tal será sempre preciso cortar em algum lado. A graça da política está, precisamente, em escolher onde e como fazê-lo.