Estava a preparar um post (meio na brincadeira) sobre os acontecimentos hoje em Matosinhos, quando fui literalmente surpreendida pela notícia de que o Professor Sousa Franco teria sofrido um ataque cardíaco.
Já estando a escrever este texto soube que o Professor Sousa Franco acabou por falecer no hospital.
Face a este acontecimento tudo o que iria escrever perdeu o sentido porque esta não é hora para fazer brincadeiras.
Apesar de ser adversário da Força Portugal e ter atacado violentamente o CDS-PP, prefiro, neste momento, recordar Sousa Franco como meu Professor de Finanças Públicos ensinando, de forma entusiasmada, o funcionamento das finanças europeias (tema de que muito gostava)e tentanto explicar como se fazia um Orçamento de Estado (embora, na verdade, eu nunca tenha chegado a perceber!) As aulas invariavelmente acabavam 40 minutos depois da hora prevista e consta que nas orais era bastante acessível (eu dispensei directamente com um fabuloso 13, que ainda hoje não consigo justificar!)
Espero que o Partido Socialista, que se tem portado tão mal nesta campanha, não pretenda aproveitar politicamente este triste acontecimento.
2 comentários:
Graças a ele, nunca mais olhámos para o OE da mesma maneira...
Esta morte brutal, por repentina, deixa-nos todos à procura do sentimento certo e da palavra correcta.
Dado o «tremendismo» do senhor, escudam-se as vozes no perfil académico, no percurso cívico do serviço à democracia e ao Estado, na competência técnica. É seguro e cai bem.
Esquecem-se as inconveniências de quem nunca cedeu ao politicamente correcto, deixam-se no esquecimento as deambulações partidárias (ou a independência ao serviço de?), ignoram-se a inflexibilidade, o mau feitio e o culto do rancor de que, tão frequentemente, o acusavam os «sobreviventes» habituais da nossa arena política, especialistas na pirueta do oportunismo militante. Percebe-se esta atitude, dada a santidade instantânea que a morte confere aqueles que, em vida, nunca abdicaram de si.
Morreu Sousa Franco, paz à sua alma, condolências à sua família e a este país, a quem Homens assim fazem falta, militem em que partido for, porque já não sobram muitos da mesma estirpe, e todos são poucos para nos tirar da mediocridade e do marasmo.
Esteve muito bem Durão Barroso, que evocou o valor da vida; e Deus Pinheiro, que chorou o homem e o amigo.
Partilhemos, com eles e com todos os outros, o choque e a fúria desta perda, mas não esqueçamos Sousa Franco, com o bom e o menos bom de si que teve a coragem de partilhar connosco.
Santificá-lo, adoçar-lhe os traços, será uma forma de lhe diminuir o valor; e ele não gostaria, por não lhe estar na natureza.
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