Hoje passei a manhã numa escala - essas coisas que os advogados estagiários têm que fazer - e só isso bastou para perceber que, de facto, o Portugal que existe é muito diferente do Portugal que nós (eu!) imaginamos existir.
Primeiro ponto, o tribunal não tinha condições nenhumas para funcionar como tal. A sala do Advogado é horrível, tem uma alcatifa do tempo da Maria Cachucha, cheia de nódoas, para não destoar. Nessa sala não apenas ouvimos a música dos funcionários da Secretaria como as suas conversas que são do género: onde deixar os miúdos que hoje não têm escola, passando pela sogra está com uma crise de gota e o que vai ser para o jantar! (Vá lá, sempre serve para animar!)
Falando da escala, tenho que dizer que cheguei ao tribunal pontualmente às 9.30 e estive 2 horas e meia a olhar para o tecto. Ou melhor, só não estive porque levei o jornal (O Indy) e a Visão para ler. Quando acabei a leitura (incluindo o suplemento saúde no qual aprendi coisas tão importantes como a distinguir os vários tipos de melanomas ou que mentir até faz bem!) foi o código que me fez companhia (bem como a música da Anastasia e as conversas do lado!)
Devo confessar que também aproveitei o tempo para reflectir sobre as consequências do Não francês ao T.C.E.U., conclusões essas que, a breve trecho, serão publicadas num blog perto de si! ;) E ri a bom rir com a afirmação de Laurent Fabius, partidário do Não: «A França é feita de gente que não se deixa intimidar.» Pétain que o diga!
Eis senão quando, no meio do marasmo existencial que era aquele tribunal e das minhas considerações euro-atentas vêm chamar-me ao telefone porque noutro Tribunal, ali na zona, precisavam de uma advogada.
É aí que me apercebo que, possivelmente em nome do sacrossanto défice, quem faz escala no Tribunal Criminal também dá uma ' perninha' no Tribunal de Família e Menores e, na falta de parteiras, ainda é escalado para dar uma ajuda na Alfredo da Costa ! (Não faço ideia se, no turno da tarde, ainda podemos acumular funções com a recolha do lixo... Talvez (e se) quando o Carrilho for Presidente!)
Chegada ao Tribunal de Menores assisti à inquirição de um miúdo e mais não fiz do dizer 4 ou 5 palavras. De seguida passam-me para a mão a folhinha dos honorários. É que por isso, por 4 ou 5 palavras, o Estado (sim, esse mesmo, o monstro que não consegue controlar a despesa!) vai pagar-me! E o défice????????? Onde fica o DÉFICE??????????
Sic transit gloria mundi!
Primeiro ponto, o tribunal não tinha condições nenhumas para funcionar como tal. A sala do Advogado é horrível, tem uma alcatifa do tempo da Maria Cachucha, cheia de nódoas, para não destoar. Nessa sala não apenas ouvimos a música dos funcionários da Secretaria como as suas conversas que são do género: onde deixar os miúdos que hoje não têm escola, passando pela sogra está com uma crise de gota e o que vai ser para o jantar! (Vá lá, sempre serve para animar!)
Falando da escala, tenho que dizer que cheguei ao tribunal pontualmente às 9.30 e estive 2 horas e meia a olhar para o tecto. Ou melhor, só não estive porque levei o jornal (O Indy) e a Visão para ler. Quando acabei a leitura (incluindo o suplemento saúde no qual aprendi coisas tão importantes como a distinguir os vários tipos de melanomas ou que mentir até faz bem!) foi o código que me fez companhia (bem como a música da Anastasia e as conversas do lado!)
Devo confessar que também aproveitei o tempo para reflectir sobre as consequências do Não francês ao T.C.E.U., conclusões essas que, a breve trecho, serão publicadas num blog perto de si! ;) E ri a bom rir com a afirmação de Laurent Fabius, partidário do Não: «A França é feita de gente que não se deixa intimidar.» Pétain que o diga!
Eis senão quando, no meio do marasmo existencial que era aquele tribunal e das minhas considerações euro-atentas vêm chamar-me ao telefone porque noutro Tribunal, ali na zona, precisavam de uma advogada.
É aí que me apercebo que, possivelmente em nome do sacrossanto défice, quem faz escala no Tribunal Criminal também dá uma ' perninha' no Tribunal de Família e Menores e, na falta de parteiras, ainda é escalado para dar uma ajuda na Alfredo da Costa ! (Não faço ideia se, no turno da tarde, ainda podemos acumular funções com a recolha do lixo... Talvez (e se) quando o Carrilho for Presidente!)
Chegada ao Tribunal de Menores assisti à inquirição de um miúdo e mais não fiz do dizer 4 ou 5 palavras. De seguida passam-me para a mão a folhinha dos honorários. É que por isso, por 4 ou 5 palavras, o Estado (sim, esse mesmo, o monstro que não consegue controlar a despesa!) vai pagar-me! E o défice????????? Onde fica o DÉFICE??????????
Sic transit gloria mundi!
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