Agora que o vinho veio à baila na campanha presidencial, lembrei-me deste poema do nosso Fernando Pessoa, nem sei bem porquê!
António de Oliveira Salazar.
Três nomes em sequência regular…
António é António.
Oliveira é uma árvore.
Salazar é só apelido.
Até aí está bem.
O que não faz sentido
é o sentido que tudo isto tem.
Este Senhor Salazar
é feito de sal e azar.
Se um dia chove,
a água dissolve
o sal,
e sob o céu
fica só o azar, é natural.
Oh, com os diabos!
Parece que já choveu…
Coitado do tiraninho!
Não bebe vinho
nem sequer sozinho…
Bebe a verdade
e a liberdade,
e com tal agrado
que já começam a escassear no mercado.
Coitadinho
do Tiraninho!
O meu vizinho
está na Guiné,
e o meu padrinho
no Limoeiro
aqui ao pé,
mas ninguém sabe por quê.
Mas; enfim, é
certo e certeiro
que isto consola
e nos dá fé:
que o coitadinho
do Tiraninho
não bebe vinho
nem até
café.
Um comentário:
Passaste-te??!!!!!!!!!
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