A RTP lançou o repto e, pelos vistos, os portugueses aderiram e entram, apaixonadamente, na discussão de saber quem foi o maior Português de sempre.
Confesso que a ideia, por si só, não me faria perder um segundo a escrever sobre ela, pelo simples facto de a considerar absurda! Não há o maior Português de sempre. É impossível decidir quem é maior: se o Infante D. Henrique nos Descobrimentos, Fernando Pessoa na poesia, Egas Moniz na medicina, Amália no fado, Eusébio no futebol, D. Afonso Henriques na Fundação, Amélia Rey Collaço no teatro, D. João II na Governação, Sá Carneiro na Política, D. Nuno Alvares Pereira na Estratégia, Eça de Queiroz na literatura, Manoel de Oliveira no cinema, Lili Caneças no social ou o Zé Castelo Branco na idiotice (estes dois últimos, surpreendentemente não constam na lista exemplificativa da RTP).
Este meu pensamento parte do pressuposto de que, se numa área concreta já é difícil dizer quem é o maior de sempre (podia estar aqui horas a discutir quem é mais importante, se Camões se Pessoa, na poesia, ou Eusébio e Mourinho, no desporto!), alargando o universo a todas as áreas, a todas as épocas, torna-se impossível dizer quem é o maior português... E se quisermos ser honestos e racionais na escolha, esta, a meu ver, só poderá ser uma: D. Afonso Henriques, porque se não fosse pela sua visão e pela sua determinação, hoje não haveria portugueses de entre os quais tentar escolher o maior de sempre!
No entanto, há um facto que me leva a escrever este post. E esse facto é a polémica que está a dar o facto de um senhor, de seu nome António de Oliveira Salazar, estar muito bem classificado (ao que parece) na votação popular. Posso ficar espantada, pois a mim não me ocorreria votar no senhor. Mas não compreendo porque será que num país que se diz democrático, e que, pelo menos constitucionalmente, preza a liberdade de expressão e de opinião, o Professor de história que, num programa de televisão, se limita a defender o Professor Salazar é vaiado. Até parece que o senhor cometeu um qualquer delito de opinião ou, até, um crime ao não ser de esquerda e militante anti-fascista! Como não percebo porque tanta gente, inspirada pelos gurus vindos da esquerda que se orgulha da militância anti-regime, fica perturbada, sente-se desconfortável e como tal se insurge contra os "bons números" do Professor Salazar. Este facto por si próprio mostra como vivemos numa sociedade canhota que não percebeu nada do que significa a liberdade e a democracia... E se o bom povo escolher Salazar, ele lá sabe o que quer e para onde vai...
Pela via das dúvidas, eu vou votar em mim... assim como assim, a mim posso dar o benefício do que ainda vou fazer. Já outras figuras da lista de sugestões nem o que ainda não fizeram têm a seu favor!
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