quarta-feira, novembro 15, 2006

Afinal, quebrámos os dois?



Está a chover e esta-se bem em casa... Espreito pela janela e vejo os inevitáveis skyscrapers e algumas cenas da vida quotidiana - o vendedor de fruta na esquina da 79 com a Lexington, as mães com as crianças a caminho do parque, os japoneses com as suas máquinas fotográficas... Lá longe o Central Park. No rádio toca música lá de casa que nos faz pensar e sonhar... Virada para a janela escrevo este post. Quase que me sinto a Carrie, mas com um HP!

Eu a convencer-te que gostas de mim,
Tu a convenceres-te que não é bem assim.
Eu a mostrar-te o meu lado mais puro,
Tu a argumentares os teus inevitáveis.

Eras tu a dançares em pleno dia,
E eu encostado como quem não vê.
Eras tu a falar para esconder a saudade,
E eu a esconder-me do que não se dizia.

Afinal...
Quebramos os dois afinal.
Quebramos os dois...

Desviando os olhos por sentir a verdade,
Juravas a certeza da mentira,
Mas sem queimar de mais,
Sem querer extingir o que já se sabia.

Eu fugia do toque como do cheiro,
Por saber que era o fim da roupa vestida,
Que inventara no meio do escuro onde estava,
Por ver o desespero na côr que trazias.

Afinal...
Quebramos os dois afinal.
Quebramos os dois afinal.
Quebramos os dois afinal.
Quebramos os dois...

Era eu a despir-te do que era pequeno,
Tu a puxar-me para um lado mais perto,
Onde se contam histórias que nos atam,
Ao silêncio dos lábios que nos mata.

Eras tu a ficar por não saberes partir,
E eu a rezar para que desaparecesses,
Era eu a rezar para que ficasses,
Tu a ficares enquanto saías.

Não nos tocamos enquanto saías,
Não nos tocamos enquanto saímos,
Não nos tocamos e vamos fugindo,
Porque quebramos como crianças.

Afinal...
Quebramos os dois afinal.
Quebramos os dois afinal.
Quebramos os dois...

É quase pecado que se deixa.
Quase pecado que se ignora...

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