Marie Antoinette

Sofia Coppola escreve, dirige e produz um filme sobre uma das mais famosas rainhas de França (se não mesmo a mais famosa), num estilo POP ART que, por incrível que pareça, se adapta na perfeição àquele que poderá ter sido o estilo de vida da corte de Versailles, naquela época.

É pois um filme no qual Marie Antoinette é retratada à luz dos conceitos do século XX, como uma 'party girl' em cujo universo pop faz sentido incluir os Bow Wow com o seu "I Want Candy" e "Fools Rush In", bem como os fabulosos sapatos Manolo Blahnick (sim, são mesmo Manolo's e aqueles de 'pelúcia' eram um sucesso no meu chão novo)!

Para ver o Marie Antoinette, o espectador tem que ir preparado para um filme que pretende ser mais imagético do que histórico e mais humanista do que realista.

Se nada soubermos sobre Marie Antoinette, sobre Louis XVI, sobre a Revolução Francesa e sobre o fim do século XVIII francês, pouco aprenderemos com o filme... Mas se já soubermos tudo o que vem nos livros de história, podemos então desfrutar todo o quadro de sensações, de imagens, de cheiros, de sabores e de cores da corte da Versailles antes da revolução... é um pouco como ser um espião na Corte de Louis XVI com acesso privilegiado ao Petit Trianon e ao círculo privado da rainha!

Por último, para mim, uma das cenas mais fabulosas de todo o filme é aquela em que, ao fugir de Versailles, Louis XVI, ao ver Marie Antoinette a olhar pela janela, lhe pergunta: «Are you admiring our beautiful lemon trees?» ao que ela responde, com uma calma demolidora: «I am saying goodbye!». Esta é uma fortíssima mensagem política sobre um Rei que não compreendia o mundo em que vivia e foi totalmente ultrapassado pelos acontecimentos!