Neste referendo, ganharam os que votaram “sim”. Ponto final. Não ganhou nenhum Portugal sobre o outro. Nenhuma civilização sobre outra. Nenhum modernismo sobre reaccionarismo. Ganharam os que entendiam que o abortamento, por opção da mulher, até às 10 semanas, num estabelecimento de saúde autorizado, deveria ser despenalizado.
Pretender ver nisto uma vitória partidária ou sociológica é de um absurdo sem limites. É não ver os resultados e é calar uma campanha inteira, onde se mostraram vários “não” e vários “sim”, onde se misturaram motivações de vária ordem e onde se mesclaram fundamentos e convicções diversas.
Digam o que disserem, escrevam o que escreverem, nada poderá apagar uma campanha que, pese alguns excessos, mostrou o melhor que Portugal tem, a pensar e a dar de si, a empenhar-se e a bater-se pelas suas ideias, sem partidos e sem coletes de força.
Quem quiser apropriar-se da vitória, assim como quem quiser remeter a vitória a terceiros, calará a sua voz no saco roto dos eleitores que foram à urna e depositaram aquilo que é seu e de mais ninguém: o voto.
Pretender ver nisto uma vitória partidária ou sociológica é de um absurdo sem limites. É não ver os resultados e é calar uma campanha inteira, onde se mostraram vários “não” e vários “sim”, onde se misturaram motivações de vária ordem e onde se mesclaram fundamentos e convicções diversas.
Digam o que disserem, escrevam o que escreverem, nada poderá apagar uma campanha que, pese alguns excessos, mostrou o melhor que Portugal tem, a pensar e a dar de si, a empenhar-se e a bater-se pelas suas ideias, sem partidos e sem coletes de força.
Quem quiser apropriar-se da vitória, assim como quem quiser remeter a vitória a terceiros, calará a sua voz no saco roto dos eleitores que foram à urna e depositaram aquilo que é seu e de mais ninguém: o voto.
Adolfo Mesquita Nunes, in A ARTE DA FUGA
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