terça-feira, novembro 18, 2008

MFL e a democracia, parte 3

Por fim, a última parte da minha “tese” a propósito das declarações de MFL: admitindo que a líder do PSD não gosta mesmo de democracia e que acha necessário suspende-la durante seis meses, qual a novidade? MFL limita-se a dizer o que Sócrates faz e outros antes dele também fizerem. Apenas noto uma diferença, MFL assume o que pensa e di-lo frontalmente, enquanto outros se escondem atrás da Constituição, das Instituições democráticas, do palavreado que ninguém entende e da distribuição de Magalhães! De resto, na essência, no que realmente conta, se MFL pensa o que diz, pensa exactamente o mesmo que muitos que nos governaram nos últimos anos.

Por isso, a pergunta que eu gostava de fazer, mais do que confrontar MFL com as suas palavras, era: existe, neste momento, uma verdadeira democracia em Portugal?

Não me parece… mas também não me parece que isso interesse a alguém. O povo português (e nele incluo os nossos governantes) tem a democracia e a liberdade constantemente no discurso mas esquece-as na primeira esquina do poder! Os portugueses não gostam de democracia e de liberdade na prática. Gostam de cânticos revolucionários, de comemorações do 25 de Abril, de manifestações contra os tiranos que nos governam, mas não gostam da verdadeira democracia, porque esta dá trabalho e exige responsabilidade.

Por isso, por mais lamentável que seja esta opinião de MFL (que o é), a senhora não disse nada que não andemos todos a pensar: a democracia é bonita e fica bem, mas não serve para nos governar. Se calhar Júlio César até tinha razão quando dizia que “há nos confins da Ibéria um povo que não se governa nem se deixa governar”. Esse porventura sempre foi o nosso mal e por isso apanhámos com os Salazares, com os Cavacos e com os Sócrates desta vida a quem, como miúdos mal educados chamamos “pai tirano”, mas no fundo gostamos é de levar com o cinto e ir fechados para o quarto, porque sabemos que mais cedo ou mais tarde o “pai” lá nos vai passar a mão pela cabeça e dar um doce. E a democracia? Que se lixe* a democracia!





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Peço desculpa pelo calão, mas nenhuma outra expressão me pareceu mais adequada à atitude nacional!

2 comentários:

Anônimo disse...

Menina espertinha, a coisa é mesmo assim.
Democracia? Para Sócrates esta palavra significa, apenas, a possibilidade de fazer de nós parvos, com as suas palhaçadas em horário nobre, autoritário e grosseiro, como bem fica a um triste e obscuro provinciano, que, sabe-se lá como, se vê investido de poder e importância. Por favor, não o comparemos com MFL, por muito desastrada que esta se revele na liderança da oposição.
Se nos lembrarmos da parelha Sócrates/ Lurdes Rodrigues, a indignação do PS com este episódio só nos consegue fazer rir, para não chorarmos.

Anônimo disse...

Qual é a diferença entre uma Ditadura e uma Democracia com maioria absoluta?

A minha alergia a MFL vem desde os tempos em q ela era M.E. n gosto dela e ponto!

Qt ao Sócrates... é um palhaço num país q adora circo e ainda compra bilhetes para incentivar o espectáculo.

A minha "folhada" é tão brilhante!

Dixit.