quarta-feira, agosto 19, 2009

Belém aprisionada

Ainda a propósito da polémica instalada com a participação política dos assessores do Presidente da República, gostaria de fazer algumas perguntas e de deixar 2 reflexões:

- Um cidadão, por ser assessor do PR, perde os seus direitos políticos?
- Um cidadão, por ser assessor do PR, não pode ter filiação partidária?
- Um cidadão, por ser assessor do PR, não pode colaborar (no seu tempo privado) com um qualquer partido político?

As virgens ofendidas que consideram "preocupante" que os assessores do Presidente da República contribuam para o programa do PSD são as mesmas que não se incomodaram com o activismo político-partidário do Dr. Jorge Sampaio quando exerceu os seus poderes de Presidente de forma objectivamente partidária, ao não convocar eleições quando Durão Barroso se demitiu, porque a situação no PS não estava resolvida, e o fez, passado 4 meses, sem razão aparente, quando José Sócrates já era Secretário-Geral. Isto sim é preocupante. Vergonhoso. Inadmissível em qualquer Estado de Direito!

As virgens ofendidas que hoje invocam a sacro-santa independência do Chefe de Estado parecem esquecer que o regime que escolheram e consagraram constitucionalmente faz do Chefe de Estado um agente político, sujeito ao voto popular e apoiado pelos partidos. Ou será que todos acreditam, num louvável acto de fé, que Mário Soares, Jorge Sampaio e Cavaco Silva (tendo todos sido dirigentes partidários) ao serem investidos com os poderes de PR passam a ser neutrais e independentes, esquecendo o seu passado rosa ou laranja? Podem até entregar os cartões (caso de Cavaco), mas continuam a ser agentes políticos e, muitas vezes, agentes partidários. Se não sabem viver com isso, ou se acham que isso é errado, dêem razão aos "Vaders" e mudem o regime!

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