quinta-feira, dezembro 30, 2010

Apresentação de contas 2010

As boas tradições são para manter e, apesar de moribundo, o SLIH ainda aguenta a apresentação de contas 2010. Aqui ficam. Registe-se e arquive-se.

Música do Ano: vou ser muito kitsch na escolha e eleger o BAD ROMANCE da senhora GAGA. Por nada de especial (nem por gostar especialmente), mas porque é aquela que mais me recordo de ouvir por aí, do nada e por nada.

Filmes do Ano: SINGLE MAN. Porque sim. Porque é do Tom Ford. Porque a Charlie podia ser eu (adorei os cigarros pink). Porque é sombrio, mas elegante. Porque adoro o uso da cor e a música. Porque tem estilo. Porque AMO os óculos dele e quero uns iguais.

Programa de Televisão do Ano: Vou voltar a ser super kitsch e assumir publicamente que é o GLEE. Adoro e não tenho vergonha. Seria pior ser a Casa dos Segredos...

Livro do ano: BRIDESHED REVISITED, de Evelyn Waugh. Difícil mas fascinante.

Autor do ano: Daniel SILVA. Desconhecido até ao verão, foi descoberto à beira da piscina e tornou-se um fiel companheiro de leituras. Israel e a Mossad nunca mais serão olhados da mesma forma e Gabriel Allon conquistou para si o título merecido de um dos meus heróis ficcionados preferidos.

Cidade do Ano: AMSTERDAM. De verão e de inverno. Com neve, com chuva ou com sol. Com o Francisco, com o Miguel, com o Henrique, com a Lina, com o Henrique, com a Claúdia, com o Tomás ou com a Inês. Com todos eles e também sozinha. A “brunchar” no Pijp ou perdida nos mercados de rua de Joordam. Nas lojas únicas ao longo do Prinsengracht ou na H&M da Leidsplein. Com mundial de futebol ou com mercados de Natal. Amsterdam sempre.

País do ano: Ahhhhhhhh que vai ser BELGICA! Eu sobrevivi a um ano inteiramente passado no país do Desolé!

Viagem do ano: Foi um ano de pequenas viagens com grande amigos e é isso que faz delas únicas e irrepetíveis.

Facto(s)único(s) do ano: Festa de anos em 4 momentos – Bruxelas – ar – Lisboa. Foi um espectáculo!!! Para o ano há mais!

Descoberta do Ano: Madame Moustache et son Freak Show! A bruxelândia nunca mais será a mesma!!!! Eh eh eh

Momento Non-Sense do ano: Momento “vous fermez pas la porte dans ma.... face!”

Sentimento do Ano: Irritação.

Surpresa do ano: Tudo passa. Tudo o que começa, acaba. Tudo recomeça. Tudo se reconstrói.

Paixão do ano: Nothing to declare.

Irritação do Ano: o SÓCRATES! Minha e de mais 10 milhões de portugueses!

Carteira do ano: Carteira couve-flor ou apenas flor, directamente de Maastricht para o mundo!
Sapatos do ano: As minhas FABULÁSTICAS Socas Cor-de-Rosa. Já disse que as ADORO?????????

Excentricidade do ano: Será que, para mim, o pink VAIO ainda pode ser considerado uma “excentricidade”??????

quinta-feira, dezembro 02, 2010

O meu manifesto anti-NEVE

Antes de morar em Bruxelas eu achava que não era sensível ao clima. Nem frio, nem chuva, nem sol, nem vento me perturbavam, irritavam ou alteravam. Pois claro que não era. Vivia em Lisboa, onde o tempo é estável e onde há sol perto de 300 dias por ano (estatística não oficial).

Hoje, um ano de Bruxelas depois, sei que sou sensível. E muito! A neve tira-me de mim e dá lugar a um monstro*. Monstro esse que, além de um feitio execrável, tem dores de cabeça. Grandes!

Mas antes de vir para a Bélgica, eu também achava que não era sensível à estupidez e descobri que afinal sou. Sobretudo estupidez belga. Eu a interagir com esse povo especialmente iluminado, dou por mim a ser outra pessoa. Lá se vai a calma, a ponderação e, principalmente, o bom humor. É logo entrar de pés juntos e com 7 pedras na mão (e mesmo assim saio a perder porque eles não só têm 14, como discutem na língua mãe!). Desolée

Agora somem-se as duas coisas, NEVE + Desolée, e temos aquilo que foi a minha semana

Porque este é um país onde habitualmente não neva (pouco), nada está preparado para essa eventualidade (não assim tão eventual). O que acontece? A cidade pára. Literalmente. O ano passado esperei 8 horas por um avião, hoje esperei 2 por um taxi. Os autocarros deixam de andar e a coisa mais simples (ir ao supermercado) assume proporções quase épicas. A neve cobre os carros, os passeios e as ruas (e só não nos cobre a nós porque não lhe damos tempo). Depois, a neve transforma-se em gelo e tudo patina. Eu, os carros, as biclas e até as crianças que, de repente, saem das tocas onde se escondem nos dias comuns e aparecem a fazer bonecos e bolas de neve à porta do Parlamento. O carros passam a andar a 30 à hora e eu a medir cada passo, com medo de partir uma perna. O caos instala-se e tudo o que conseguimos que nos digam é "ahh bon, ça depend des conditions climatiques, Désolé" ou então "C'est pas possible à cause de la neige, Desolé". E eu fervo. Mesmo a -6º.

Foi assim que descobri que a neve traz ao de cima o pior de todos nós. É uma fúria avassaladora que se vai instalando e nós a ferver na proporção inversa da temperatura a descer. (Sim, foi preciso chegar a Bruxelas para descobrir que é possível entrar em ebulição aos -7º!)

Por isso, a ideia bucólica de que a neve é linda (e NATALÍCIA!) até pode resistir ao primeiro inverno, mas no segundo acaba de vez e instala-se a fúria. Nada de musiquinhas White Christmas e afins e muito menos cartões de Natal com a "dita". Só pura e simplesmente a fúria.

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* Monstro ao ponto de ressuscitar um moribundo (este blog) só para ter onde escrever mal da neve... é grave.