Segundo a comunicação social, parece que um aluno de PHD encontrou um erro num Excel usado por dois professores para "justificar a austeridade". Diziam Reinhart e Rogoff no paper “Growth in a Time of debt” que Estados com uma dívida superior a 90% do PIB teriam mais dificuldade em crescer.
Pois bem, eu que nada percebo de Excel e muito menos de teoria económica, resolvi passar esta tese para a escala individual e, fazendo-o, parece-me razoavelmente evidente que se a minha dívida equivaler a 90% do meu rendimento, pouco ou nada sobra para que eu possa investir, criando riqueza adicional. Os 10% que não seriam comidos pela dívida mal cobririam as necessidades básicas.
Assim, com ou sem erro no Excel, conclui-se facilmente que mais dívida nunca equivale a mais riqueza, antes pelo contrário. Pelo que, com ou se erro no Excel, a solução será sempre diminuir a dívida e para tal será sempre preciso cortar em algum lado. A graça da política está, precisamente, em escolher onde e como fazê-lo.
Um comentário:
Ele ha austeridades e austeridades...
Em tempos "normais" a austeridade eh o gasto apenas se endividar para projetos cujos beneficios serao tambem colhidos pelos contribuintes futuros. Sendo assim, e' de justica geracional que estes tambem paguem pelos beneficios que usufruem.
Os tempos que correm em Portugal nao sao normais. E nao sao normais porque durante uns 20 anos o Estado Portugues nao seguiu esta regra de austeridade e endividou-se para despesas correntes.
Vai dai a austeridade corrente quer dizer nao so o Estado nao se endividar mais, como tambem pagar a divida do passado. No entanto, continuamos a ver o estado a endividar-se cada vez mais. E mesmo assim ha quem peca o fim da austeridade. Mas qual austeridade?
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