sábado, maio 25, 2019
Eleições Europeias
Hoje vou votar, pela primeira vez, fora de Portugal. Nada mais simbólico do que votar em Bruxelas nas eleições europeias. Esse “coração” da Europa que já bateu mais forte e mais unido, mas que não deixa de ser a capital onde a bandeirinha azul das estrelas está ao virar de cada esquina e na qual se encontra o mosaico do que é a Europa. Bastaria visitar Bruxelas para perceber que nunca haverá União Europeia que apague as nacionalidades que por aqui vamos encontrando, nas lojas, nos restaurantes, nas igrejas com missas em várias línguas e nas orgulhosas bandeiras à janela quando o tempo é de futebol. Bruxelas, a cidade, é muito mais do que Bruxelas, a metáfora burocrática do que se tornou a UE. E Bruxelas, a cidade, é a prova de que a União Europeia é uma construção de nações soberanas que, em determinado momento histórico, acreditaram que ganhavam mais estando juntas do que separadas. Enquanto esse for o objectivo que nos une, estamos bem. Mas quando a União Europeia passa a ser um projecto em si mesma, uma máquina que tem que se justificar (a tal bicicleta), então teremos que repensar o caminho (e o brexit é a prova disso). Aqui de Bruxelas, ao lado do edifício mais simbólico da máquina, o caminho que eu quero percorrer e que hoje exprimo numa escolha concreta através do poder do meu voto, é um caminho de União, sem uniformização. É um caminho de liberdade, sem imposição. É um caminho de nações, sem federalismo. É um caminho de livre concorrência e não de harmonização fiscal. Por tudo isso, por acreditar numa Europa de Estados soberanos, na qual todos cabem e todos valem o mesmo, por acreditar que todos fazem falta e que todas as discussões são possíveis numa casa de liberdade vou votar e vou fazê-lo no CDS, não por ser o “partido de sempre” mas por ter um compromisso renovado com um Europeísmo tão convicto quanto pragmático, que recusa as derivas voluntaristas, as extremistas, as federalistas e as idealistas, todas elas perigos reais para o futuro da UE.
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