segunda-feira, setembro 30, 2019

A masculinidade tóxica


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Isto a ser verdade, parece ser um questionário para médicos em Espanha, é de uma gravidade imensa. A masculinidade, mais do que ser “tóxica”, passa a ser uma condição que leva à violência. Meninos e homens não terão consciência, vontade, livre arbítrio ou liberdade que se possa sobrepor à sua violenta condição natural. Têm uma "doença", chamada "cromossoma y", que os predispõe naturalmente à violência. Como filha, mulher, amiga e, sobretudo e acima de tudo, mãe de um homem, rejeito absolutamente esta política identitária que se constrói na constante oposição a um dos sexos e à sua colagem persistente a comportamentos “tóxicos”.

Ao educar um rapaz, procuro ensinar que ele tem os mesmos direitos e deveres. Que tem que respeitar os outros, sobretudo os mais velhos e as meninas. Que não se pode deixar amedrontar por quem lhe pareça maior ou mais poderoso e que também não deve usar o seu tamanho ou força para se aproveitar dos mais frágeis. Ensino-lhe a liberdade e a responsabilidade. Ensino-lhe que ele não é mais por ser rapaz mas, de maneira nenhuma, é menos. Não tem que pedir desculpa por ter nascido homem nem tem que sublimar as suas características mais masculinas para ser menos “tóxico”. A prazo, esta demonização do homem vai conduzir a quê? A homens incapazes de se sentirem bem na sua pele, na sua condição e no seu sexo? A homens psicologicamente torturados pelo peso histórico negativo da masculinidade? Homens em permanente contrição e sublimação do que os faz masculinos?

Esta nova vaga de perseguição, agora aos homens, mas que já chega aos brancos e que chegará aos ocidentais, aos cristãos, e a todos aqueles que historicamente representaram o poder (visto como opressor) e, de certa forma, representaram o progresso, é uma das caras da política identitária da extrema esquerda. Com a evidência do sucesso do modelo capitalista, estes novos ideólogos pretendem que o conflito social permanente, sob o nome do machismo, racismo, etc,  tome o lugar da luta de classes para, assim, manter a linha ideológica do seu discurso dos “bons” contra os “maus” e da sociedade dividida entre opressores e oprimidos. Os opressores de hoje não são os “burgueses”, mas sim os homens, todos eles mas, principalmente, os homens brancos. E, por isso, há que acabar com eles e substituí-los pela “ditadura dos oprimidos”. E aí será um “maravilhoso mundo novo”.

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