O resultado das eleições de ontem no Reino Unido pode ler-se de duas maneiras:
1. Como um segundo referendo à permanência na UE, com uma esmagadora maioria a confirmar que quer sair; ou
2. Como uma escolha muito difícil para aqueles que sendo Remainers, não podiam entregar o poder a um Labour que tem um líder ancorado na extrema esquerda, pouco liberal e com laivos de antissemitismo intoleráveis.
Pessoalmente acredito mais na segunda hipótese do que na primeira, mas a consequência prática é a mesma. Daqui a uns bons anos, quando se fizer a história do BREXIT, ele terá dois culpados: Cameron que convocou um referendo para o qual não estava minimamente preparado e Corbyn que roubou aos Remainers a última hipótese de escolher um caminho diferente.
Dito isto, acredito que o Reino Unido, com BoJo, sobreviverá ao BREXIT. Os impactos serão grandes e os primeiros tempos serão duros. Mas a mais antiga democracia liberal do mundo sairá disto de cabeça erguida. A longo prazo quem perde somos nós que estamos do outro lado do canal, (isolados, como os britânicos gostam de dizer) numa Europa que fica mais frágil e mais fácil de moldar aos interesses e objectivos Franceses. E é disso eu tenho medo. Por isso, também foi a todos nós Europeus que Corbyn roubou um futuro diferente.
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