sexta-feira, junho 11, 2004
PORTUGAL
Comemorou-se ontem mais um dia de Portugal e, subitamente, parece que uma onda de patriotismo se abateu sobre o nosso país e é ver bandeiras a esvoaçarem nas varandas e nos carros como que a demonstrar, a quem queira ver, que nós temos orgulho em ser Portugueses.
Este fenómeno é tão mais estranho quanto, por natureza, nós não somos um povo com orgulho na nossa História, no nosso passado, nas nossas cores e nos nossos símbolos. Poucos saberão cantar o Hino Nacional, de fio a pavio, sem se enganarem na letra, e contar-se-ão pelos dedos os que sabem explicar as cores e os símbolos da bandeira - sobretudo agora que as bandeiras 'made in china' trocam os castelos por pagodes perante a passividade geral (!). A verdade é que 'Patriotismo' não é um vocábulo muito utilizado nas terras lusas e o tradicional 'nacional-pessimismo' leva-nos a estar constantemente no bota-abaixo do que é bom, apesar de português!
Surpreendentemente o Futebol tem o condão de modificar esta maneira de ser lusa e parece que a promessa de uma vitória retombante num Campeonato de Futebol nos devolve o orgulho de sermos Portugueses.
É pena que só à conta do Euro os Portugueses demonstrem o orgulho que têm na sua pátria e que, depois de 4 de Julho, tudo volte ao marasmo, ao pessimismo e o desporto rei volte a ser o muito apreciado 'bota-abaixismo'!
Apesar destas considerações, mais ou menos desencantadas, naturalmente que espero que a Selecção Nacional ganhe o Euro e mostre a verdadeira raça lusitana - gente que luta, que acredita, que sonha e que conquista! No futebol, como na vida!
Vamos devolver o sonho aos portugueses e vamos provar que podemos vencer, nos relvados, na economia, na política e na cultura!!!
Viva Portugal!
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2 comentários:
com diferença de horas, escrevemos posts parecidissimos! :)
Seja por que motivo for, ver, e penso que esta é a primeira vez que vemos assim, a profusão de bandeiras nacionais em varandas e carros, por esta cidade fora, é um passo em frente, no tal cinzentismo que (não)se justifica na falta de patriotismo.
Enquanto povo, somos invejosos e acomodados, preguiçosos e maldizentes, por muito que nos custe.
E sofremos de falta de confiança crónica e de entusiasmo.
Talvez agora, por imitação, estejamos a fazer de conta que somos diferentes. Não faz mal que seja só a fingir, porque de fingimentos repetidos pode ser que se ganhe o hábito e, deste, a essência e o modo de ser.
E viva a selecção portuguesa!
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