Disposto a tudo...
Goste-se ou não de Paulo Portas, é impossível não lhe reconhecer enormes qualidades. De entre as várias, habituamo-nos a vê-lo como um profundo conhecedor do seu partido e de hábil leitor da conjuntura política.
É por isto que não deixa de ser surpreendente que aparentemente tenha cometido um erro que, penso, lhe sairá muito caro.
Para um espectador, como eu, da situação actual do CDS não me parece que existam dúvidas que, inexoravelmente, Paulo Portas será o próximo líder do partido. Mais, não julgo sequer que Ribeiro e Castro ou Maria José Nogueira Pinto tenham ilusões acerca disto.
Confesso que não entendi qual a razão de tamanho finca-pé de Portas acerca das directas. Será que Portas - um tradicional opositor desta solução – pensaria que em Congresso não ganharia o partido? Não me parece.
Será que, com as directas, pensaria que iria ter mais exposição mediática? Talvez (agora vai tê-la, mas não a que, com certeza, queria).
É um erro tradicional das pessoas com grandes egos desprezarem os sinais de perigo. E eles estavam lá e bem evidentes: Ribeiro e Castro mostrou que estava lá para a luta e Portas não ligou. Claro está que se pode dizer que ninguém esperava uma, aparente, “chapelada” ou uma clara ajuda de alguns jornalistas e outros, na construção do papel de vítima de Ribeiro e Castro. Mas, repito, Ribeiro e Castro desde o princípio deste processo demonstrou que estava disposto a tudo.
O que me parece evidente é que o CDS precisava de uma transição suave e com o menor alarido possível. O que aconteceu ontem ridicularizou o partido e redobrou o trabalho que Portas vai ter para se constituir como alternativa plausível.
Desta situação só vão surgir perdedores, ninguém vai sair vitorioso desta trapalhada e, curiosamente, seria tão simples evitá-la...
Seja através de directas ou congresso, Portas vai ser o próximo presidente do CDS, mas, e a partir de ontem, tem muito mais trabalho pela frente do que esperava.
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