terça-feira, março 31, 2009

'Tá aqui, 'tá arquivado!

Simplex



Na era do simplex os tribunais não recebem comunicações por e-mail. Faz todo o sentido!*



______________________________
* É por esta razão, e milhentas outras, que eu posso gostar de ser advogada, mas nunca hei-de gostar e/ou perceber o mundo dos requerimentos, das secretarias judiciais e das notificações. Graças a Deus que os meus remédios são um "esquema" à parte!

domingo, março 22, 2009

Eu hoje acordei aqui


Martin's Orangerie, Bruges, Bélgica


Um domingo in Bruges. Autenticamente... O filme de Martin McDonagh não apenas tem a capacidade de nos transportar para a pitoresca cidade flamenga (que parece mesmo saída de um conto de fadas e duendes) como nos faz embarcar num sonho (ou pesadelo) sem qualquer sentido e muitíssimo mais surrealista do que poderíamos pensar à primeira vista.

quinta-feira, março 19, 2009

Incongruências

O mesmo Governo que nos irá propor os casamentos homossexuais (voltaremos ao tema um dia destes, quando me apetecer escrever sobre isso) é aquele que faz um diploma que é uma "ode" à "família tradional", para além de mais um "trambolho" jurídico, como tantos outros!

Pois bem, a licença de parentalidade passa para 6 meses, mas apenas para os casos em que tal licença seja partilhada pelo pai e pela mãe. Os casos em que não há pai, obviamente ficam de fora. E porquê? Porque a lei não pretende proteger a criança, mas um modelo de família que, pelos vistos e apesar da "modernidade gay" trazida pela Moção do Senhor Secretário Geral José Sócrates, ainda faz o seu caminho pelos lados da Presidência do Conselho de Ministros.

Pelo caminho ficam também os direitos das crianças que tenham o azar de nascer de pais profissionais liberais ou trabalhadores precários (para utilizar a linguagem do Bloco).

Sendo que a este estado de coisas temos ainda que somar o absoluto erro que é existir uma licença de paternidade obrigatória (que passa de 5 para 10 dias). Não existe tal coisa como "o bom pai de família" à força, por decreto. A parentalidade nunca pode ser vista como uma obrigação, mas antes como um direito. Aos pais deve, portanto, ser concedido o direito de usarem 10 dias (ou mais, ou menos) a título de licença de paternidade, que este decide se quer ou não gozar. Não é admissível que seja uma obrigação!

O mesmo se passa, de igual modo, com as mães. O direito à licença de maternidade, sendo importante, não pode ser uma obrigação ou um ónus que recai sobre a mulher. Esta, como profissional que é, pode optar por não gozar o seu direito, devendo poder transferi-lo para quem possa estar em melhores condições de o fazer. Não penso apenas no pai (o que já é possível acontecer), mas penso sobretudo nos avós.

Mas para tal é preciso deixarmos de ter modelos pré-formatados de família e permitir que a licença de parentalidade contemple, por exemplo, os avós. Que a lei deixe de impor deveres absurdos para passar a conceder direitos fundamentais. Mas para isso é, de facto, preciso romper com um paradigma ancestral e não é com o "avanço civilizacional" que são os casamentos gays que vamos conseguir fazê-lo!

I'm your man



Paul Newman

terça-feira, março 17, 2009

Ouvidos por aí

Onde: Amoreiras
Quando: Hora de almoço
Quem: eu (a observadora) e duas jovens com look "morangueiro"

Diz a jovem A para a jovem B: «Pá, aquela que faz de Donna no Mamma Mia»
B: «hummm, não sei quem é...»
A: «oh pá, a loura... não sei como se chama»

Isto bastou para me fazer reflectir sobre várias coisas, sobretudo sobre a crescente intolerância dos mais velhos (no caso eu) face às falhas dos mais novos.

Aquelas meninas não sabiam, obviamente, quem era Meryl Streep, nem que ela já ganhou 2 oscars, nem saberiam dizer o nome de 3 filmes que ela tenha feito. Com certeza nunca ouviram falar (muito menos terão visto) Kramer vs Kramer, a Escolha de Sophia, as Pontes de Madison County ou até o celebradíssimo África Minha. Pura e simplesmente, aquela que é, muito possivelmente, a maior (e melhor) actriz viva, para aquelas jovens, é, apenas, a Donna do Mamma Mia.

Muito possivelmente, também, estas meninas sabem à exaustão quem é a Lindsay Lohan, a Mischa Barton ou a Hayden Panettiere (incluindo a sua filmografia completa e detalhes sórdidos das suas turbulentas biografias).

E é ao dar por mim a pensar como eu estou a pensar (fazendo um juízo de valor sobre aquelas jovens) que eu percebo que não há creme "anti-aging" ou mentira mais ou menos idiota sobre o meu ano de nascimento que elimine a barreira que (já) existe entre esta "geração morangos com açúcar" e a minha... e diz-me a prudência que esta tende a aumentar, com o passar dos anos!

Happy St Patrick's day!!!!!!!!



A vida, realmente, é feita de coincidências... pois se de todos os dias possíveis não é, precisamente, no dia de St. Patrick (padroeiro da Irlanda) que eu "encontro" o meu "pote de ouro no fundo do arco-iris". THANKS MONDIAL ASSISTANCE & AIR LINGUS!!!!!!!!!!!! I love you!!!!!!!!!!!!!

(E também um agradecimento especial ao meu querido Leprechaun que me acompanha diariamente há mais de dois anos!!!!!!)

segunda-feira, março 16, 2009

E Portugal descobriu Rania...*




* Vários anos depois...

Como se diz Magalhães em "americano"?



Os Magalhães, os tais mini computadores da moda que são feitos em Portugal (dizem) e entregues a crianças portuguesas (dizem) vêm exclusivamente com ficha eléctrica americana............. Faz sentido, não faz???????

sábado, março 14, 2009

A profecia Romanov



Quase 100 anos passados, o mistério desfez-se: a 17 de Julho de 1917 os bolcheviques mataram o Czar, a Czarina e os seus 5 filhos. Ninguém sobreviveu. Nem Anastasia, nem Alexei.

Terminam, assim, décadas de mistério e de esperanças, que alimentaram o imaginário popular com vários livros e filmes sobre as possíveis estórias dos sobreviventes. Infelizmente a história não partilha do lirismo dos livros. Na realidade, tudo terá sido bem mais cruel e sangrento do que as dezenas de páginas escritas sobre os últimos Romanov. E agora, quando os últimos 2 herdeiros da "profecia Romanov" foram encontrados, só nos resta, mesmo, dizer: paz às suas almas.

sexta-feira, março 13, 2009

SAL



Há dias em que se torna evidente porque eu estou no CDS: em 230 deputados só 5 (!) votaram contra o projecto "fascisóide" do PS relativo ao teor do sal no pão. Esses 5 (magníficos) deputados são do CDS.





__________________________________
Nota: Quem me conhece, sabe que eu não sou fã de sal. Acho, por isso, óptimo que o pão tenha menos sal. Mas tal não implica uma lei como esta. Implicaria apenas obrigações de rotulagem com informação sobre os níveis de sal e cada um escolheria, em liberdade, o pão que queria comprar. Talvez isto implicasse, também, trabalho do Estado no sentido de dar conta dos malefícios do sal e de nos educar para uma alimentação saudável. Porém, tudo isso dá trabalho. Por isso mais vale proibir o sal e impôr o gosto por decreto. É, sem dúvida, muito mais fácil!

segunda-feira, março 09, 2009

Barbie




50 anos e um "império" depois a Barbie está, obviamente, de parabéns. Mantém-se há meio século como a Rainha das bonecas, sem rival. Não há Bratz que lhe consiga retirar o título e consegue a proeza de chegar aos 50 anos em melhor "estado" do que a Madonna! Já vestiu Dior, Galliano, Chanel e Calvin Klein e já foi hospedeira e astronauta (entre dezenas de outras profissões). Nunca casou e já nem sequer tem namorado, o eterno Ken. Aos 50 anos continua fantástica e pronta para conquistar as novas gerações de meninas que com ela aprenderão a magia de ter uma Barbie.

BCE




I LOVE YOU

domingo, março 08, 2009

Eu hoje acordei aqui


The Oberroi Udaivillas, Udaipor, India


Numa Índia que está, cada vez mais, no centro do mundo, mas que ainda conserva muita da ancestralidade e da magia de outros tempos. Um luxo quase "colonial" numa Índia em crescimento acelerado.

sexta-feira, março 06, 2009

Fiat 500 Barbie edition*










Quem tem uma casa adorável só para "dar festas" tem que ter um carro lindo para estar estacionado à porta, só a dar o "ar"!!!!!!! Escusado, pois, será dizer que eu QUERO um destes!!!!!!!!!!!! (E mais escusado ainda será perguntarem-me: "para quê, Beatriz, se não tens carta?"" PORMENORES IRRELEVANTES!!!!!!!! Pffffffffffff


_____________________________________
Noticia via o imperdível "... And This is Reality"

I'm your man



Clive Owen

quinta-feira, março 05, 2009

The way we were



Memories, light the corners of my mind
Misty watercolor memories of the way we were.
Scattered pictures of the smiles we left behind
smiles we give to one another
for the way we were.
Can it be that it was all so simple then
or has time rewritten every line?
If we had the chance to do it all again
tell me would we? Could we?
Memories, may be beautiful and yet
what's too painful to remember
we simply choose to forget
So it's the laughter we will remember
whenever we remember
the way we were.



Uma mas mais belas canções de sempre. "So it's the laughter we will remember, whenever we remember, the way we were."

The road to serfdom

"Vá dizer aos adolescentes que namoram, que querem dar o passo seguinte e viver em união de facto agora vão ter que assumir tudo isto. E que quando a relação acabar terem de indemnizar o outro. Esta esquerda que se diz moderninha, quer entrar em casa das pessoas e impor os seus padrões."

Nuno Melo esteve muitissimo bem (o que não é, com certeza, motivo para admiração) ao falar sobre o mais recente ataque do PS à liberdade individual.

Not without a lawyer, anyway

Ainda no tema das uniões de facto e dos casamentos, toda esta história fez-me recordar a fantástica canção de George Gershwin "They Can't Take That Away from Me" precisamente sobre o fim de uma relação. Aqui fica a versão moderna, de Robbie Williams e Rupert Everett, que é absolutamente genial!




Robbie Williams:
Still I'll always, always keep the memory of
The way you hold your knife


Rupert Everett:
The way we danced till three

Both:
The way you changed my life
Oh no they can't take that away from me
No, no they can't take that away from me


Rupert Everett:
Not without a lawyer, anyway

União de facto ou casamento?



Cada vez esta pergunta faz menos sentido, na medida em que o PS (na sua fúria reguladora) propõe uma aproximação dos regimes legais aplicáveis a ambas.

Ora, se tal, à primeira vista, parece fazer sentido, uma vez que ambas as situações jurídicas (casamento e união de facto) regulam a mesma situação de facto, a realidade é que tal vem, uma vez mais, meter o Estado no meio dos casais e impor regras, deveres, direitos, e obrigações que as partes não pediram nem desejam.

E mais grave porque a união de facto, ao contrário do casamento, não tem de ser reconhecida formalmente pelas partes (mediante expressão da sua vontade) para ter efeitos legais: a lei aplica-se, automaticamente, a qualquer união a partir do momento em que se cumpram dois anos de vida comum (como se faz a prova disso, não faço ideia, mas deve ser interessante!), quer as partes queiram, quer não queiram.

Por isso a pergunta que se impõe é a seguinte: e quem não quer ser casado, nem unido de facto, nem ter o Estado a impor regras à sua relação pessoal com que regime fica? Será que essas pessoas têm alguma protecção do Estado ou algum respeito (por parte deste) à sua liberdade pessoal? Ou, pelo contrário, esse casal, que nunca desejou ou aceitou contratualizar a sua relação, ver-se-á vinculado a uma panóplia de direitos e deveres que não pediu nem quer???

Numa altura em que se fala de dar direitos e os correlatos deveres a casais homossexuais (o que acho muito bem) julgo que se deveria aproveitar e discutir em nome de que sacrossanto poder de Estado este se julga autorizado a conferir direitos e obrigações a quem não os quer!

terça-feira, março 03, 2009

Material Girl



Acabei de adquirir 2 Rodeo Drive Shoe Boutiques. Para além disso já sou proprietária de Penthouses em NYC, Nightclubs em Los Angeles, casas de praia em Miami Beach, mansões em Hollywood, villas italianas (a acrescentar à FABULÁSTICA Villa Beatrice) e spas em França, no meio das vinhas (vinoterapia, dizem...). A tudo isto juntam-se milhares de sapatos, botas, carteiras, blusas, tops, vestidos, saias, acessórios de toda a espécie e vários carros (todos os modelos e cores, incluindo uma pink limo).

E tudo isto no fantástico mundo das Fashion Wars! É lindo, não é???????

Cerco Moralista

Portugal só aquece politicamente para discutir a esfera íntima do 'sujeito privado' (aborto, eutanásia). A esfera do 'cidadão público' é debatida com evidente fastio e sem grandes diferenças de opinião. Quando o assunto é o Estado e a economia, Portugal deixa-se dominar por um consenso mais ou menos socialista. Mas quando o assunto é o aborto ou a eutanásia, ah, então sim, já temos divergências ideológicas. Isto acontece porque o nosso debate político vive cercado por duas forças 'apolíticas': a esquerda anticlerical e a direita reaccionária. Estas duas forças (as únicas que temos?) apenas debatem temas moralistas relativos ao 'sujeito privado'. A esquerda anticlerical avança com as "causas fracturantes", e, na hora marcada, a direita reaccionária aparece para formar a falange dos "bons costumes".


Henrique Raposo no Expresso