terça-feira, dezembro 01, 2009

A tirania do politicamente correcto

Esta mania do politicamente correcto põe-me com os nervos em franja, sobretudo quando se misturam conceitos, se faz uma caldeirada de direitos (ditos) fundamentais e se conclui que um comportamento discrimina certos grupos. Isto tudo a propósito de uma campanha promocional do Sporting que, alegadamente, discriminaria casais homossexuais. Ora bem, o que está em causa é o facto de o Sporting ter criado uma promoção para os sócios e respectivas mulheres na aquisição de dois lugares anuais (Gamebox Duo). Dizem os dirigentes do clube que essa campanha tinha como objectivo atrair mais mulheres ao estádio, mas isso, para o efeito, pouco interessa. Acontece que um cidadão sentiu-se lesado nos seus direitos, na medida em que esta campanha promocional não se poderia estender a casais com dois elementos do mesmo sexo, e fez queixa à ASAE (o pau para toda a obra dos tempos modernos). Vai daí à teoria da discriminação dos homossexuais e à suposta homofobia do Sporting foi um passo.

Porém, descendo à terra, o que está aqui em causa é uma questão de pura estratégia comercial de empresa. Nada mais do que isso. O Sporting não impede que os homossexuais assistam aos seus jogos e ser heterossexual não é condição para se ser sócio do Sporting! O Sporting limitou-se a criar uma campanha promocional que beneficia, exclusivamente, um target específico, no caso os sócios e as suas mulheres.
E para se ver bem o ridículo desta discussão, imaginemos que o Sporting tinha (não sei se é o caso) promoções para menores de 30 anos ou para seniores, bilhetes mais baratos para mulheres ou packs para pais e filhos. Alguém se lembraria de dizer que tais campanhas eram discriminatórias para as pessoas mais velhas ou mais novas, para os homens ou para os homens sem filhos? Claro que não! E isto porque promoções com estes contornos são comuns e enquadram-se em estratégias de empresa que nada mais pretendem do que "fidelizar" determinados grupos. Não discriminam ninguém, ou, pelo contrário, discriminam positivamente alguns grupos. Porém, como em matéria de "homossexuais" parecemos todos umas florzinhas de estufa, com hiper sensibilidade ao toque, eis que uma campanha normal passa a ser tida por homofóbica!

Mas ainda há mais. Mesmo que eu fizesse um esforço por tentar ver esta campanha como discriminatória, não seriam apenas os homossexuais as "vítimas" da perfídia. Seriam, desde logo, os homens solteiros que não poderiam aceder a ela e também os poligâmicos, na medida em que a Gamebox se fica pelo Duo!



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Nota: Eu considero que aquele "pack familiar" da Disney me discrimina... Posso fazer queixa????? Ou será melhor ter filhos?????

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