Este ano Portugal tem que se financiar no mercado (através da emissão de obrigações do tesouro) em 20 mil milhões de Euros. Hoje fizemos o leilão de cerca de 1200 milhões de euros e conseguimos que corresse bem: a procura superou a oferta e o juro ficou abaixo da barreira psicológica dos 7%.
Para tal não será alheia a acção do BCE, que tem estado a comprar dívida nos mercados secundários como forma de conter as taxas de juro praticadas, o que quer dizer que não é a nossa "boa performance" económica que tranquiliza os mercados, mas o apoio "discreto" do BCE (o qual, infelizmente, não durará para sempre).
Ainda assim, hoje ganhámos um balão de oxigénio e podemos respirar de alívio. Mas, como alertam os analistas, poderá ser um alívio curto, na medida em que teremos que voltar ao mercado para os restantes 19 mil milhões e será impraticável manter uma taxa de juro perto dos 7% para financiar esse montante. Por isso, a espada mantém-se sobre as nossas cabeças e "wisemen say" que recorrer, desde já, à ajuda internacional seria o melhor caminho.
Porém, temos um Primeiro-Ministro voluntarioso. Não o fará a ter ser obrigado e, por hoje, não o será É improvável que Portugal consiga continuar a passar entre as gotas da chuva e evitar recorrer à UE e ao FMI, mais à frente no caminho. Mas por agora podemos respirar. Respiremos, pois.
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