À partida, absolutamente nada. Mas depois de ler esta notícia, têm alguma coisa. Desde logo a hipocrisia nacional. Quero com isto dizer, exactamente, o quê? Que, para esta família, grave é dizerem que o rapaz é homossexual (ele que é um homicida confesso), assim como, para o país, o que interessa no BPN são as acções de Cavaco Silva e não todos os crimes que por lá se passaram e foram encobertos por um Regulador distraído.
É a hipocrisia generalizada. Uma falta da noção do que é realmente importante e definidor da personalidade de uma pessoa e do comportamento de uma instituição ou de um Estado.
São casos destes que mostram que, de facto, em Portugal temos uma mente pequenina e tacanha, que não tolera o pequeno pecado privado, e o esmiúça até à exaustão, mas que tem a maior elasticidade (porque volta as costas e não quer ver) para o que é verdadeiramente criminoso. Falo do BPN, como podia falar do Freeport. O padrão é sempre o mesmo: mesquinho e tacanho no que é acessório, cego até doer no que é absolutamente essencial. Assim não vamos lá.
Um comentário:
O essencial é invisível aos olhos, dizia o pensador. Aos olhos dos tolos, acrescento eu. Como, retirando uns quantos ceguinhos, somos dez milhões de tolos, o que se pode esperar?
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