Mubarak terá deixado hoje o Egipto, "sources say". A sua saída é o culminar, natural, diga-se, de semanas de protestos e de manifestações. Com a sua saída, o mundo respira aliviado. Sai o tirano e abre-se o caminho para eleições livres e para a democratização do Egipto. Tudo muito bem.
Também eu estou com os egípcios que pedem melhores condições de vida. Com os jovens que querem aceder ao Facebook sem limitações. Com as mulheres que querem direitos iguais. Com os jornalistas e bloggistas que lutam pela liberdade de expressão. Com todo um povo que quer mais liberdade e menos opressão; mais direitos e menos arbitrariedade; mais mobilidade social e menos corrupção. Todos nós, os que defendemos a liberdade, estamos com aqueles milhares de Egipcios na Praça Tahrir.
Mas...
E se a saída de Mubarak abrir a porta a um novo regime autocrático? E se esse regime, ao invés de ser secular, for teocrático, como aquele que vigora no Irão? E se a Irmandade Muçulmana, uma organização fundamentalista que advoga a Jihad e condena os governos seculares, ganhar eleições livres? Será que os líderes Europeus e Americanos serão tão prontos a impedir tal evolução como o foram a incentivar a rápida democratização do Egipto, sem cuidar de saber se este está preparado para eleições livres e para uma gradual democratização e secularização ao estilo Atatürk?
A democracia, tal como uma casa, não se contrói pelo telhado. Precisa de fundações e de pilares e esses não se constroem em duas semanas de revoltas populares. Por isso, é preciso prudência e é fundamental que os aliados ocidentais aprendam com os erros do passado. Obama não quererá ser o Jimmy Carter do Egipto. E o mundo não quer vir a ter saudades do "bom tirano".
Também eu estou com os egípcios que pedem melhores condições de vida. Com os jovens que querem aceder ao Facebook sem limitações. Com as mulheres que querem direitos iguais. Com os jornalistas e bloggistas que lutam pela liberdade de expressão. Com todo um povo que quer mais liberdade e menos opressão; mais direitos e menos arbitrariedade; mais mobilidade social e menos corrupção. Todos nós, os que defendemos a liberdade, estamos com aqueles milhares de Egipcios na Praça Tahrir.
Mas...
E se a saída de Mubarak abrir a porta a um novo regime autocrático? E se esse regime, ao invés de ser secular, for teocrático, como aquele que vigora no Irão? E se a Irmandade Muçulmana, uma organização fundamentalista que advoga a Jihad e condena os governos seculares, ganhar eleições livres? Será que os líderes Europeus e Americanos serão tão prontos a impedir tal evolução como o foram a incentivar a rápida democratização do Egipto, sem cuidar de saber se este está preparado para eleições livres e para uma gradual democratização e secularização ao estilo Atatürk?
A democracia, tal como uma casa, não se contrói pelo telhado. Precisa de fundações e de pilares e esses não se constroem em duas semanas de revoltas populares. Por isso, é preciso prudência e é fundamental que os aliados ocidentais aprendam com os erros do passado. Obama não quererá ser o Jimmy Carter do Egipto. E o mundo não quer vir a ter saudades do "bom tirano".
Um comentário:
Democracia no Egipto? Deixem-me rir! Essa, só mesmo na cabeça oca do nosso ex-presidente Sampaio, que levou a "ingenuidade" ao ponto de comparar a situação no Egipto ao nosso 25 de Abril. Coitado dele, que se fica pela sentimental e lacrimosa análise do contexto internacional, coitados dos egipcios democratas e moderados, que vão pagar o preço da ilusão, finalmente, coitados de todos nós, que assistimos a este movimento alargado e imparável do extremismo islâmico, nada protegidos pela elite de dirigentes ocidentais, incapazes de enfrentar e gerir desde já o enfrentamento que começa a criar forma, e será inevitável. O mundo está perigoso, se está!
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