terça-feira, março 08, 2011

da London School ao Ministro da Defesa alemão - uma questão ética

Howard Davies, Director da London School of Economics demitiu-se por ter aconselhado a Instituição a aceitar doações de uma fundação ligada ao filho de Kadaffi. Consta que não houve qualquer ilegalidade nestas doações e não está em causa qualquer tipo de corrupção, mas o homem que  foi responsável pela Autoridade de Serviços Financeiros britânica e governador do Banco de Inglaterra, entendeu que não poderia continuar à frente da Instituição.

Karl-Theodor zu Guttenberg, Ministro da Defesa Alemão, depois de acusações de plágio na sua tese de doutoramento, as quais estão a ser investigadas pela Universidade de Bayreuth, não apenas renunciou ao título de Doutor como apresentou a demissão do cargo que ocupava no Governo Alemão.


O que pretendo com isto? Talvez demonstrar, por comparação, a extrema "elasticidade ética" com quem em Portugal lidamos com todos os escândalos. Comparações, pois cada um que faça as que quiser.

Um comentário:

mummy disse...

Há muito que em Portugal nos habituamos a que a descoberta dos escândalos não signifioque que sejam os mesmos punidos. E assim se foi instalando a tal "elasticidade ética", que alimenta um país de voyeurs, muito dados à fofoca, ao diz que disse, ao espreitar pelo buraco da fechadura, mas nada exigentes no que diz respeito ao castigo do crime cometido, e descoberto. Este estado de espírito está de tal modo instalado aqui na terrinha que se instituiu o elogio superlativo do prevaricador que pede desculpa, quando não mesmo a sua desculpabilização imediata, seguida da quase criminilização daqueles que exigem que justiça seja feita. Em termos políticos, o PS é o mestre supremo do exercício continuado desta "elasticidade ética", quando em causa estão as faltas cometidas pelos seus apaniguados. Exemplos? Basta lembrarmo-nos de como foram "geridas" as fugas ao fisco de Murteira Nabo e António Vitorino, erigidos a quase santos intocáveis quando, descobertas as suas fraudes com a sisa, vieram "assumir" o erro, deixar as douradas cadeiras em que estavam colocados e, como prémio, tomarem logo assento noutras não menos compensatórias.