Ir a Israel é aceitar o risco. Aceitar que o terrorismo existe mais ali do que em outros locais do mundo. Aceitamos isto como premissa, mas não sentimos o medo. Infelizmente, esta "crueza" não é nada a que os israelitas não estejam habituados. O terrorismo não é nada que não esperem ou que não faça parte do seu quotidiano. Para um israelita a vida é mesmo isso, a convivência diária com a ameaça e a tentativa de fazer disso um modo de vida "normal" (a este propósito aconselho - mesmo - a leitura da crónica de hoje da Esther Mucznik, no Público).
Mas, apesar da "promessa" de normalidade - no sentido de tranquilidade e segurança - que se vive em Israel, ontem, ao início da tarde, uma bomba voltou a explodir no centro de Jerusalém, 7 anos depois da última, na principal estação de autocarros da cidade. É apenas mais um autocarro que explode em Israel. Não é nada de novo. Para os Israelitas e para o mundo, que assiste a isto há tempo de mais. Mas foi novo para mim. E foi, simplesmente, porque que eu estive naquela rua. Naquela mesmíssima estação de autocarros. Foi ali que apanhei o "maxi-cab" para Telavive. Foi ali que parei, num café de esquina, para beber um café e comprar uma garrafa de água. Estive ali, e, ali, fiz o que de mais normal há na vida: parar dois minutos para beber um café.
Nada explodiu, então. Ainda bem, penso eu agora. Mas estive ali e não tive medo. Aos que me têm perguntado (e têm sido alguns) se me senti insegura em Israel, a resposta é não. Não senti medo, tal como não é medo o que sinto ao andar de metro em Londres, ao apanhar um comboio em Madrid ou ao entrar num avião para qualquer parte do mundo. Tenho consciência do risco que é viver num mundo em que o terrorismo existe. Sei que posso, um dia, ser vítima dele. Tanto em Israel, como em Londres, em Madrid, em Nova Iorque ou em Lisboa. Por isso, estive na estação, onde ontem explodiu um autocarro e onde morreu uma turista, e não tive medo. Mesmo sabendo, hoje mais do que ontem, que podia ter sido o meu autocarro. Podia ter sido eu.
É esta estranha sensação - não é medo, nem angústia mas uma profunda consciência da relatividade das coisas - que se aprende com Israel. Sente-se.
Nada explodiu, então. Ainda bem, penso eu agora. Mas estive ali e não tive medo. Aos que me têm perguntado (e têm sido alguns) se me senti insegura em Israel, a resposta é não. Não senti medo, tal como não é medo o que sinto ao andar de metro em Londres, ao apanhar um comboio em Madrid ou ao entrar num avião para qualquer parte do mundo. Tenho consciência do risco que é viver num mundo em que o terrorismo existe. Sei que posso, um dia, ser vítima dele. Tanto em Israel, como em Londres, em Madrid, em Nova Iorque ou em Lisboa. Por isso, estive na estação, onde ontem explodiu um autocarro e onde morreu uma turista, e não tive medo. Mesmo sabendo, hoje mais do que ontem, que podia ter sido o meu autocarro. Podia ter sido eu.
É esta estranha sensação - não é medo, nem angústia mas uma profunda consciência da relatividade das coisas - que se aprende com Israel. Sente-se.
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