terça-feira, março 29, 2011

O problema é o socialismo


Independentemente da avaliação que possamos fazer do trabalho das agências de notação financeira, a verdade é que elas continuam a ser o principal barómetro dos mercados. E a verdade, também, é que segundo a avaliação da Standard & Poor, revista hoje, é apenas um nível que nos separa agora do "lixo".

Isto é mau? Não. É péssimo! Significa que Portugal não é um investimento seguro. E estamos a um passo de nos transformarmos em "não investimento". Na prática o que isto quer dizer é: o financimento internacional torna-se (ainda) mais difícil por aumentar o receio de incumprimento e os juros sobem (ainda mais).

A situação, como se vê, não é brilhante. E o que fazem os (ainda) responsáveis políticos do país? Jogam às escondidas com a culpa (como bem ilustrou, ontem, Bagão Felix, na sua crónica).

Pois bem, se é isso que querem, então respondam lá a esta pergunta simples: quem nos conduziu a esta situação - um governo irresponsável que, durante 6 anos, duplicou o endivamento externo ou a oposição num só dia ao decidir dizer basta ao desgoverno?

A confiança, meus senhores, não se perde num só dia por causa do chumbo de um PEC. É preciso ir mais longe e recordar que o PEC4 só era preciso porque os 3 PEC anteriores não resolveram o problema de confiança. Indo ainda mais longe, só foram precisos 4 PEC porque o governo nos conduziu à situação de défice excessivo e de sobre-endividamento. E não me venham com a conversa da crise internacional porque, só no Euro, somos 17 e só 3 foram ou estão em risco de ser "resgatados". O problema é sistémico e anterior à crise. O problema chama-se "socialismo" e tem uma cara, José Sócrates.

Um comentário:

mummy disse...

É certo que o problema é sistémico,e podemos dizer que, talvez excepcionada a conhecida interrupção, está entranhado na sociedade portuguesa desde os últimos anos da monarquia. Qual a razão para esta nossa incapacidade de gerar riqueza e promover o desenvolvimento? Os estudiosos que se entretenham com a coisa, que a nós, o povinho, resta-nos aguentar as crises e desmandos, e cara alegre. Mas se nos limitarmos aos últimos quase trinta e sete anos, o problema tem, sem dúvida, o rótulo do socialismo, versão PS, para não confundirmos com a ideologia. Se Sócrates é o rosto mais medonho desse partido voraz, desde Abril de 74, no governo ou na oposição, o PS tem sugado o que de bom a revolução poderia ter trazido a este país. Os últimos seis anos ficarão na memória dos que pensam pela sua cabeça como um dos períodos mais negros da nossa história recente. Nos livros talvez se venha a dizer o contrário, que se há coisa de que o PS percebe é de manipular a verdade, torcendo-a a seu favor.