Para pensar: e se neste cartaz aparecesse uma
suástica? O que diriamos? Quantas vozes gritariam bem alto (e
bem!)? Mas o mesmo não acontece com o símbolo do comunismo. Porquê? Porque o politicamente correcto nos impede de associar tal símbolo à repressão, à ditadura e às perseguições políticas? Porque esta Europa em que vivemos se tornou de tal modo elástica nos seus valores que já não consegue distinguir tolerância de apatia?
Confesso que não consigo entender. Se percebo a mensagem de tolerância religiosa - obviamente - já não compreendo a associação deste projecto a um regime responsável pela repressão de milhares de Europeus durante o século XX. Como diz este artigo, basta passar pelo leste Europeu para sentir (e ver) o que significou, na prática, a ditadura do proletariano e a instituição de regimes comunistas, à força, sob forte repressão social, cultural e política.
Uma Europa que esquece o seu passado - o que tem medo de o assumir - é uma Europa que não apenas perdeu a memória (!) mas que está à beira de perder a sua identidade e a sua matriz cultural e filosófica.
Uma Europa que se quer para todos (e bem) não pode ser uma Europa
que perde a memória e, de caminho, a consciência. É grave? É. Por tudo
aquilo que o símbolo em si representa e por tudo o que a sua presença
significa da atrofia política (e moral) a
que chegámos.
Um comentário:
Todo eu me persignei quando vi aquela foice e martelo ali para o meio. Mas tenho uma correcao a fazer: o comunismo nao so oprimiu no passado como continua a oprimir no presente: talvez nao na Europa mas na Asia e Caraibas. Nos, Europeus, nao podemos ser autistas e nao olhar para o que o Comunismo ainda hoje oprime no mundo.
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