Hoje, quase um mês depois de ter
feito 31 anos, lembrei-me que com isso os meus tempos de JP (Juventude Popular)
acabaram oficialmente. Agora já não é apenas uma questão de escolha (a todo o
tempo reversível), mas de impossibilidade de facto (a idade não perdoa).
Passar por uma juventude partidária
pode ser (deve e é) muito mais do que uma experiência da politiquice, do
cacique e da falta de escrúpulos. Tudo isso se passa? Talvez. Mas há mais e há
melhor. Há gente brilhante. Há gente trabalhadora. Há gente honesta. Há gente
que, pura e simplesmente, acredita que a política pode e deve ser uma das mais
nobres actividades: a de servir a causa pública. E o que haverá de mais nobre
do que servir o nosso país – e os outros -, o melhor que sabemos e que podemos?
E isso, (chamem-me ingénua) também
se pode aprender numa juventude partidária. Isso, (chamem-me ingénua) também aprendi
na JP, com o exemplo de muitas pessoas que de forma desinteressada procuraram
servir, o melhor que podiam e que sabiam, os seus concelhos, os seus distritos
e o seu país.
E isto leva-me a pensar que, apesar
de todas as disputas, todas as batalhas, todas as eleições (as ganhas e as
perdidas), todas as discussões mais ou menos acaloradas, foram bons aqueles
anos. Deixaram-me boas memórias e um punhado de desilusões mas, mais importante
do que tudo isso, na JP fiz grandes amigos. Aqueles que me viram crescer;
aqueles que cresceram comigo e aqueles que eu ainda hoje vejo crescer. Pessoas
com quem aprendi muito e pessoas a quem (tenho essa ilusão) espero ter ensinado
alguma coisa.
E aos que ainda por lá vão continuando
as suas batalhas, apenas desejo boa sorte. Boa sorte e integridade, para lutarem
sempre de forma honesta e de cabeça erguida. Porque faz parte acreditar. Porque
faz parte lutar. Porque faz parte sonhar.
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