O regresso de Portugal aos mercados não é um fim em si mesmo, mas a operação de hoje, que permitiu a colocação de 2,5 mil milhões de euros com juro inferior a 5%, é um excelente sinal. Quer dizer que, aos poucos, estamos menos dependente da ajuda externa e que poderemos, em breve, deixar as "saias" da Troika e viver por nossa conta.
Porém, mais importante do que Portugal se voltar a financiar no mercado (sem precisar de pedir "ajuda") a juros decentes (embora, recorde-se que a taxa muito superior àquela que nos é cobrada pela Troika), é saber o que vamos fazer com isso. Isto porque o regresso aos mercados, sem uma verdadeira reforma do Estado e sem uma nova política relativamente à emissão de dívida, de nada vale.
Só espero que, depois da Troika e dos sacrifícios, tenhamos, de facto, aprendido a lição. Caso contrário, tudo não terá passado de um intervalo de austeridade numa espiral de dívida. E, não tenhamos ilusões, as mesmas políticas, ainda que separadas por anos, darão sempre os mesmos resultados. Se queremos quebrar o ciclo do endividamento excessivo, do crescimento nulo e da falta de competitividade temos que mudar de políticas e abandonar o socialismo. Temos mesmo que mudar de vida. E, já agora, ainda que seja pedir de mais, mudar de Constituição!
Um comentário:
Mudar de constituição? 1000xx sim! A começar pelo título... Que a referência a Portugal deixe de ser um adjectivo... Reino de Portugal é tão mais bonito!
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