segunda-feira, outubro 29, 2018
Bolsonaro
Não sou brasileira e pouco sei da política por lá. Haverá coisas em Bolsonaro que não gosto, sobretudo o estilo truculento numa campanha polarizada, mas o que é dito no seu discurso de vitória é a cartilha de qualquer governo conservador-liberal. Esperemos que seja este, de facto, o futuro do Brasil. Vale a pena ouvir e pensar o que ele diz nesse primeiro discurso que é extremo ou inaceitável para alguém da direita liberal. Fica uma amostra: “Como defensor da liberdade, vou guiar um governo que defenda, proteja os direitos do cidadão que cumpre seus deveres e respeita as leis. Elas são para todos, assim será o nosso governo constitucional e democrático: acredito na capacidade do povo brasileiro que trabalha de forma honesta, de que podemos juntos, governo e sociedade, construir um futuro melhor. Esse futuro de que falo e acredito passa por um governo que crie condições para que todos cresçam. Isso significa que o governo dará um passo atrás, reduzindo sua estrutura e a burocracia, cortando desperdícios e privilégios para que as pessoas possam dar muitos passos à frente. Nosso governo vai quebrar paradigmas, vamos confiar nas pessoas, vamos desburocratizar, simplificar e permitir que o cidadão, o empreendedor, tenha menos dificuldades para criar e construir o seu futuro. Vamos desamarrar o Brasil. Outro paradigma que vamos quebrar: o governo respeitará de verdade a federação. As pessoas vivem nos municípios, portanto os recursos irão para os estados e municípios. Colocaremos de pé a federação brasileira. Nesse sentido, repetimos que precisamos de mais Brasil e menos Brasília.”
sábado, outubro 27, 2018
Excessos
Há o bom senso e depois há os excessos. Porque razão uma mulher recém casada não pode ser modelo? Ou um homosexual ser vigilante de um internato? Não há nenhuma razão objectiva. Já se falarmos de condenados por pedofilia como vigilantes de crianças, terei que concordar com uma impossibilidade de exercer tal função. Qualquer restrição à liberdade de exercício de uma profissão terá que ser baseada em motivos objectivos e não em “suposições” e pretender defender um valor com igual proteção jurídica (por exemplo a segurança e a integridade física de crianças). Em nenhum dos dois exemplos polémicos do Professor Menezes Cordeiro me parece que tal esteja em causa.
quarta-feira, outubro 24, 2018
#Fascismo
aqui uma tendência e decidiu apresentar à Universidade de Bath Spa uma proposta de investigação sobre o tema da reversão da mudança de sexo no âmbito do seu MA. A mesma foi recusada pelo conselho de ética porque “engaging in a potentially politically incorrect piece of research carries a risk to the university. Attacks on social media may not be confined to the researcher, but may involve the university.”
Ou seja, uma investigação sobre o aumento de casos de pessoas transgénero que pretendem reverter os seus processos de alteração de sexo é impedida por ser “politicamente incorrecta”.
Isto já não é apenas fascismo ideológico no meio académico. Isto é manipulação e entrave à investigação, o que não é politicamente nem eticamente aceitável.
O “politicamente correcto” não justifica tudo e sobretudo não justifica a censura académica de investigação que poderia ser válida.
Ou seja, uma investigação sobre o aumento de casos de pessoas transgénero que pretendem reverter os seus processos de alteração de sexo é impedida por ser “politicamente incorrecta”.
Isto já não é apenas fascismo ideológico no meio académico. Isto é manipulação e entrave à investigação, o que não é politicamente nem eticamente aceitável.
O “politicamente correcto” não justifica tudo e sobretudo não justifica a censura académica de investigação que poderia ser válida.
terça-feira, outubro 23, 2018
sobre a vida
Hoje, no Parlamento Belga, discute-se uma proposta que pretende reconhecer civilmente crianças que não chegaram a nascer ou nascidas sem vida, através de um acto de registo civil, o qual irá conferir certos direitos às famílias. À partida, isto é algo de senso comum e que não traria nenhum tipo de polémica. (Países há em que a perda gestacional para lá de um certo tempo de gestação dá direito ao "gozo" da licença de maternidade, por exemplo.) Porém, no mundo em que vivemos, isto é contestado por organizações "laicas" que consideram que há um perigo destas medidas levarem à confusão de fetos com crianças e com isso vir a colocar dificuldades à interrupção voluntária da gravidez.
Sem entrar em qualquer tipo de discussão sobre a IVG aqui, que não é o que interessa neste contexto, parece-me que os direitos das mulheres que querem abortar não se podem sobrepor aos diretos das mães (e pais) que perderam um filho durante a gestação. Porque para essas mães e pais, a perda é sempre do filho que idealizaram, por mais que no momento seja um amontoado de células sem nexo, um embrião, ou um feto. E isso merece protecção e reconhecimento. Nesse sentido, está bem o legislador Belga com a proposta que faz, como está bem em permitir que tal acto de registo seja facultativo.
Sem entrar em qualquer tipo de discussão sobre a IVG aqui, que não é o que interessa neste contexto, parece-me que os direitos das mulheres que querem abortar não se podem sobrepor aos diretos das mães (e pais) que perderam um filho durante a gestação. Porque para essas mães e pais, a perda é sempre do filho que idealizaram, por mais que no momento seja um amontoado de células sem nexo, um embrião, ou um feto. E isso merece protecção e reconhecimento. Nesse sentido, está bem o legislador Belga com a proposta que faz, como está bem em permitir que tal acto de registo seja facultativo.
quinta-feira, outubro 18, 2018
Desigualdade
Lamento muito mas isto não é igualdade. Um transexual (no caso alguém que nasceu homem e se tornou mulher) competir, desportivamente, ao lado de mulheres não é admissível. Porque, por mais que nos queiram fazer crer, homens e mulheres são biológica e fisiologicamente diferentes: os homens correm mais; têm mais força; têm mais velocidade; têm mais resistência.
E é, precisamente por isso, que homens e mulheres não competem lado a lado no atletismo, no futebol, na natação ou na ginástica, porque se assim fosse, as mulheres estariam sempre em desvantagem. Essa condição desigual (competirem em categorias diferentes) permite uma igualdade de facto: o ouro de Rosa Mota (com 2:25:39) vale tanto como o de Carlos Lopes (com 2:09.21), porque não competiram conjuntamente (basta ver os medalhados das provas de maratona feminina e masculina para perceber que, comparando tempos, se homens e mulheres competissem na mesma prova, não haveria nenhuma mulher medalha de ouro!)
Seguindo o bom senso que levou a que fossem criadas categorias femininas e masculinas no desporto, obviamente um transsexual que era homem e passou a ser mulher, desportivamente não pode competir com mulheres nascidas mulheres, porque isso é criar uma vantagem de partida, o que é inaceitável.
Dizer isto não é discriminação contra transsexuais. Não é transfobia nem outra qualquer fobia. Permitir que isto aconteça é que é, de facto, discriminação contra as mulheres! Uma violência contra mulheres. Mas sobre isto, às modernas feministas não ouço uma palavra!
E é, precisamente por isso, que homens e mulheres não competem lado a lado no atletismo, no futebol, na natação ou na ginástica, porque se assim fosse, as mulheres estariam sempre em desvantagem. Essa condição desigual (competirem em categorias diferentes) permite uma igualdade de facto: o ouro de Rosa Mota (com 2:25:39) vale tanto como o de Carlos Lopes (com 2:09.21), porque não competiram conjuntamente (basta ver os medalhados das provas de maratona feminina e masculina para perceber que, comparando tempos, se homens e mulheres competissem na mesma prova, não haveria nenhuma mulher medalha de ouro!)
Seguindo o bom senso que levou a que fossem criadas categorias femininas e masculinas no desporto, obviamente um transsexual que era homem e passou a ser mulher, desportivamente não pode competir com mulheres nascidas mulheres, porque isso é criar uma vantagem de partida, o que é inaceitável.
Dizer isto não é discriminação contra transsexuais. Não é transfobia nem outra qualquer fobia. Permitir que isto aconteça é que é, de facto, discriminação contra as mulheres! Uma violência contra mulheres. Mas sobre isto, às modernas feministas não ouço uma palavra!
quarta-feira, outubro 10, 2018
3 anos do António
disposto a ultrapassar uma barreira ou a testar um limite. Ele é assim, e essa sua forma de ser, faz com que a sua propensão para o disparate seja perto de 100%, mas também lhe dá a possibilidade de momentos de verdadeiro génio. Quem nos conhece, sabe que me zango bastante com este meu filho, chatinho e birrento, mas poucas pessoas me enternecem tanto como ele quando vem, de mansinho, encostar a cabeça e pedir, à sua maneira, um carinho. Porque poucos miúdos são tão genuinamente doces sem serem delicados. Poucos miúdos conseguem ser tão independentes mas tão ternurentos. O António é um menino de bom coração, mau feitio e muita propensão para fazer disparates daqueles que arreliam os pais, porque arrasam a rotina, atrasam os dias e sujam a roupa. Mas ele só tem 3 anos e é feliz. E isso é o que importa.
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