quinta-feira, dezembro 20, 2018
Fake news é:
Fake news também é propositada e conscientemente tratar por igual o que é manifestamente diferente. Dos seis jornalistas mortos nos Estados Unidos, 2 perderam a vida quando, durante um furacão, uma árvore caiu em cima da sua carrinha e os restantes 4 foram assassinados num tiroteio no jornal em que trabalhavam (Capital Gazette) por um indivíduo que mantinha uma disputa com o jornal a propósito de um artigo publicado em 2011 que considerava ser difamação (note-se que o assassino não tinha motivação política ou ideológica). Ora, nenhuma das mortes, embora sejam terríveis, está relacionada com qualquer tipo de perigo no desempenho das funções ou com restrições à liberdade de imprensa ou respeito pelos media. Morrer vítima de um louco ou de uma árvore, pode acontecer a qualquer um, jornalista ou não. Mas como estamos na América de Trump, parece bem fazer um título sensacionalista que atira os EUA para o pior ranking da liberdade de imprensa.
quarta-feira, dezembro 19, 2018
a Fran
Faz hoje 5 anos, mais minuto menos minuto, nascia uma Francisca e nasciam um pai e uma mãe. Todos igualmente frágeis, às cegas e sem capacidade de fazer nada sozinhos. Em conjunto fomos crescendo e aprendendo, com erros e tropeções, gargalhas e gritos. Os primeiros filhos são o teste e a cobaia. Ninguém sabe ao que vai mas com uma Fran é difícil correr mal.
Ela é querida, doce, obstinada e a verdadeira publicidade enganosa dos bébés (caso contrário não teria havido tão cedo o António!) Uma verdadeira actriz, sempre exagerada, teatral e “super menina”, a pedir purpurinas, glitter e rosa pink, ou não fosse ela filha da sua mãe! Parabéns à Fran e a nós que não estamos a fazer um mau trabalho (até ver!) e que a tua vida vida seja sempre muito rosa e cheia de brilho!!!! 🎀💗🎈🛍🎉
quinta-feira, dezembro 13, 2018
Populismos e extremismos
E foi aqui que chegámos na Bélgica: uma proposta (de um partido centrista insuspeito - MR) para voltar a chamar às férias do Natal “férias do Natal” e férias da Páscoa às ”férias da Páscoa”, para manter a Cruz no chapéu do Saint Nicholas e para voltar a chamar aos mercados de Natal, “Mercados de Natal” é apelidada de “Populista”. Os que a rejeitam, o PS e, pasme-se um partido de inspiração democrata-cristã (!) CDH, depois irão admirar-se no dia em que as pessoas normais se fartem e os mandem literalmente à “merde” que é o que eles merecem, sem metáforas e sem contemplações! E já agora, por alturas da Páscoa de 2019, com Coelho, Ovo e Crucifixo!
quarta-feira, dezembro 12, 2018
fake news fofinhas
A história repete-se até à náusea: "ataque" (metáfora para: atentado) "cometido por indivíduo já conhecido das autoridades" (metáfora para: gajo que já devia estar preso) ainda "não se confirmam motivações terroristas" (metáfora para: foi um atentado terrorista com motivação islâmica mas temos pejo de dizer). Não será este branqueamento da realidade e adocicar da linguagem uma forma de "fake news" e de manipulação de massas?
Até quando se vai permitir (1) atentados à vida de inocentes nas cidades Europeias cometidos por indivíduos sinalizados como perigosos e (2) este branqueamento desavergonhado da realidade e esta linguagem dúbia dos media?
Até quando se vai permitir (1) atentados à vida de inocentes nas cidades Europeias cometidos por indivíduos sinalizados como perigosos e (2) este branqueamento desavergonhado da realidade e esta linguagem dúbia dos media?
terça-feira, dezembro 11, 2018
La decadence
Nos últimos anos, por vários motivos, temos estado várias vezes em França: quer seja porque atravessamos o país no caminho para Portugal quer seja porque é aqui perto e dá sempre para uma escapadinha. E o que nos tem surpreendido, de cada vez, é a decadência Francesa. Talvez quem vá apenas a Paris não note. Mas quem chega a Paris de carro, quem anda pela “campagne” e pelas cidades secundárias (não falo sequer dos
Banlieue mas das cidadezitas e vilarejos) fica com uma sensação de que ali vive o passado. Um passado de glória e de riqueza, mas que ficou lá atrás. Não há sombra de prosperidade nas pequenas cidades com os seus prédios abandonados e parco comércio (e basta ver o preço a que se vendem propriedades fabulosas para perceber a pouca procura que existe).
A zona de Champagne, um dos últimos exemplos que tivemos, que deveria ser sinónimo de luxo, é hoje apenas decadente, como se faltasse não apenas dinheiro, mas vida. Épernay é a mistura da opulência da Avenue de Champagne com o centro de Odemira, ganhando este último em animação! (Ninguém acredita que não haja uns quantos bares giros e com pinta para degustação de Champagne naquela que é a sua capital!)
Se atravessar França é penoso, chegar a Espanha é respirar de alívio. Parece que os anos da crise já ficaram para trás e Espanha renasceu. Chegar a Burgos é magnífico. Uma cidade borbulhante, próspera, bonita e bem cuidada, cheia de vida e de verde. De prédios recuperados e restaurantes cheios. (Parece a Lisboa de 2018).
Visitar esta França é um murro no estômago porque demonstra bem como é possível um país ir desaparecendo, devagarinho, nas páginas da história, ficando apenas com as ruínas do que foi. E, mesmo para quem, como eu, não é particular admiradora de França ou dos franceses, ver o declínio dá muita pena.
E é esta a França dos coletes amarelos. É esta a França que é terreno fértil para Marine le Pen e Mélenchon. É a França das pessoas que estão mais pobres, da gente que se sente abandonada pelo Eliseu, porque não vive em Paris, com as suas montras cintilantes e beautiful people. São as pessoas que sentem, no seu quotidiano, o empobrecimento, o envelhecimento e a decadência. Não sei se França é “recuperável”. Não sei se há caminho de volta para a realidade do abandono. Mas sei, certamente, que não é com mais 100 euros mensais que se reconstrói um país e que Macron não é certamente “o Restaurador”.
Banlieue mas das cidadezitas e vilarejos) fica com uma sensação de que ali vive o passado. Um passado de glória e de riqueza, mas que ficou lá atrás. Não há sombra de prosperidade nas pequenas cidades com os seus prédios abandonados e parco comércio (e basta ver o preço a que se vendem propriedades fabulosas para perceber a pouca procura que existe).
A zona de Champagne, um dos últimos exemplos que tivemos, que deveria ser sinónimo de luxo, é hoje apenas decadente, como se faltasse não apenas dinheiro, mas vida. Épernay é a mistura da opulência da Avenue de Champagne com o centro de Odemira, ganhando este último em animação! (Ninguém acredita que não haja uns quantos bares giros e com pinta para degustação de Champagne naquela que é a sua capital!)
Se atravessar França é penoso, chegar a Espanha é respirar de alívio. Parece que os anos da crise já ficaram para trás e Espanha renasceu. Chegar a Burgos é magnífico. Uma cidade borbulhante, próspera, bonita e bem cuidada, cheia de vida e de verde. De prédios recuperados e restaurantes cheios. (Parece a Lisboa de 2018).
Visitar esta França é um murro no estômago porque demonstra bem como é possível um país ir desaparecendo, devagarinho, nas páginas da história, ficando apenas com as ruínas do que foi. E, mesmo para quem, como eu, não é particular admiradora de França ou dos franceses, ver o declínio dá muita pena.
E é esta a França dos coletes amarelos. É esta a França que é terreno fértil para Marine le Pen e Mélenchon. É a França das pessoas que estão mais pobres, da gente que se sente abandonada pelo Eliseu, porque não vive em Paris, com as suas montras cintilantes e beautiful people. São as pessoas que sentem, no seu quotidiano, o empobrecimento, o envelhecimento e a decadência. Não sei se França é “recuperável”. Não sei se há caminho de volta para a realidade do abandono. Mas sei, certamente, que não é com mais 100 euros mensais que se reconstrói um país e que Macron não é certamente “o Restaurador”.
quinta-feira, dezembro 06, 2018
Modernidade
Não só as mulheres ficam sem carteiras em pele como qualquer dia também ficam sem homens, porque isso da masculinidade é coisa tóxica, tipo diesel, e homens com masculinidade acima de x são proibidos de circular nas cidades. Enquanto a coisa for legal, sempre temos o álcool para nos ajudar a esquecer a falta do resto... e podemos sempre ingressar num convento, assim como assim não há homens e também não é preciso levar mala porque os bens materiais ficam à porta!
sábado, dezembro 01, 2018
Gilet Jaunes
Muito bom este texto de Sérgio Sousa Pinto. E não é só Macron rodeado da sua “beautiful people” mas a Europa e os seus dirigentes que olham também para o povo com a curiosidade de um cientista que observa ratinhos. Não percebem porque os italianos, deixados sozinhos durante anos a lidar com a crise migratória, estão cansados de imigrantes e se viram para os “Salvinis”. Não percebem porque holandeses, finlandeses ou alemães não querem ouvir falar de solidariedade com os “despesistas” do Sul e vão dando cada vez mais o seu voto a partidos eurocépticos. Não percebem porque o sul endividado não aguenta mais políticas de austeridade e se vira para a extrema esquerda. E claro, agora não percebem porque os Franceses estão a sair à rua aos milhares para dizer basta à “transição energética” que nos vai deixando mais pobres e a pagar energia cada vez mais cara. Não percebem nada e culpam a extrema direita, o Steve Bannon e os extremistas por aquilo que não querem perceber. Conta a história, sem verdade, é um facto, que há uns bons anos uma rainha francesa terá mandado o povo, que não tinha dinheiro para comprar pão, comer brioches. Por isso se fez uma revolução. Não estamos hoje muito longe dos brioches de Maria Antonieta!
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