Desde que se tornou Duquesa de Sussex, Meghan Markle tem
vindo a perder, de forma crescente, a popularidade inicial, a alimentar
inúmeras polémicas e um conjunto fiel de detratores. Há quem critique a sua forma
de vestir e a sua forma de estar. Há quem não perdoe cada um dos seus faux pas
e que chame a atenção para cada uma das vezes em que a Duquesa quebra o
protocolo real, seja por não usar meias ou por pintar as unhas de escuro. Há
quem critique as suas escolhas de “charities” e quem considere que as suas
opiniões políticas (como a defesa do aborto) deveriam ficar apenas para si. Há
os que apontam o dedo à sua equipa de PR sediada no Canadá e os que insistem
num suposto mal-estar entre Duquesas, havendo até quem jure que Meghan Markle
terá deixado a Duquesa de Cambridge em lágrimas numa prova dos vestidos das
meninas que acompanhavam o cortejo do seu casamento. Depois há os que já não
aguentam ver mais uma fotografia da Duquesa a agarrar a sua barriga de grávida.
E por fim, há ainda os conspiracionistas (quem não gosta de uma boa teoria da
conspiração?) que asseveram que a Duquesa não está grávida e que usa uma
barriga falsa (moon bump) enquanto uma barriga de aluguer carrega o
bébé Sussex.
Tudo isto não passaria de uma nota de rodapé na mais trival
crónica social, não fosse o movimento anti “anti-Meghan Markle” estar a tentar
controlar, apagar ou limitar o acesso dos detratores às redes sociais. Páginas
como a Hello (prestigiada publicação cor-de-rosa) ou o Kensigton Royal (página
oficial dos Duques de Cambridge e Duques de Sussex) admitem perder horas a
controlar comentários e a apagar os conteúdos considerados ofensivos. O twitter
parece estar a controlar hashtags anti Meghan como sejam #Megxit; #charlatanduchess;
#notmyduchess ou #moonbump. Entretanto, a Revista Hello lançou a campanha Hello
to Kindness para incentivar comentários positivos nas redes sociais, muito
motivado pela quantidade avassaladora de comentários anti Meghan Markle.
No meio desta tentativa de silenciar críticos, a equipa de
PR de Meghan Markle tenta sempre colar o rótulo de racista (porque a duquesa é
“bi-racial”) aos críticos. Acontece que criticar Meghan Markle por esta se
vestir da forma A ou B, por escrever mensagens de apoio a trabalhadoras do sexo
em bananas, ou por não parar de agarrar a barriga, não são comentários racistas.
São opiniões. Mesmo a mais grave das afirmações (de que a Duquesa está a fingir
a gravidez) não é racismo. É apenas e só uma afirmação que, no limite, poderá
ser considerada difamação e julgada como tal.
Se há um claro benefício das redes sociais é dar a oportunidade de
opiniar à mais obscura criatura. Ter essa possibilidade não faz da sua opinião
algo bom ou que mereça eco, mas não pode ser censurada apenas por ser crítica.
A liberdade de expressão pressupõe poder criticar, se nos apetecer, e não ver o
nosso comentário eliminado por isso. Esta é a nova censura do politicamente
correcto (say hello to
kindness and to the new censorship!) e mal vai Meghan Markle quando apenas
8 meses depois do seu casamento já tem necessidade de censurar opiniões nas
redes sociais.
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