Numa atitude irracional, recusei-me a ver a história do Facebook no grande ecrã. E fui resistindo. Mas, depois de tantas nomeações e prémios, a curiosidade venceu-me e quem ganhou fui eu que vi um bom filme. Não acho que seja o "melhor filme do ano", mas é bastante melhor do que aquilo que eu pensava. Está bem feito e conta uma história simples de forma clean. Não toma partidos nem termina com lições de moral. No entanto, deixa-nos a pensar no que vai na cabeça do homem que "inventou" (this is controversial) o Facebook.
domingo, janeiro 30, 2011
sexta-feira, janeiro 28, 2011
terça-feira, janeiro 25, 2011
Gostar de Homens
Os russos chamam-lhe, na última edição da GQ, “The last male of Europe”. Podemos não ir tão longe, mas a verdade é que Javier Bardem é magnético. Um homem que não é bonito, mas que tem "qualquer coisa" que é indefinível e que não é apenas talento. Quem com ele trabalha, gaba-lhe a dedicação extrema e o perfeccionismo. Ele compara a construção de uma personagem ao trabalho de um arquitecto e relembra que antes de ser actor quis ser pintor. Não se importa de interpretar doentes, velhos, ou homossexuais. Entrega-se a cada um deles e dá-lhe vida, uma vida própria e única. Ramón Sampedro não é Reinaldo Arenas e nenhum dos dois é Anton Chigurh, o assassino que lhe valeu o Oscar.
O meu preferido, acaba por ser o próprio Bardem. É aí, na sua vida, como boémio e sedutor, que o seu charme está elevado à potência máxima. O verdadeiro "macho latino". Biutiful!
Mais fotografias da edição Russa da GQ com Bardem aqui.
segunda-feira, janeiro 24, 2011
Uma questão de formato
Fomos todos convocados a reflectir sobre a abstenção e eu lá o fiz, ainda que a custo, e depois de ponderar as vantagens e desvantagens do voto obrigatório cheguei à seguinte conclusão: o problema está na forma antiquada como as eleições se processam. Os Portugueses, já se viu, estão cansados da política "tradicional", dos debates e dos outdoors. Por isso, para uma campanha mais dinâmica, animada e participada, temos de mudar de formato.
Entregaria, assim, a organização das eleições presidenciais à TVI, com apresentação da Fátima Lopes e do Manuel Luís Goucha. Seriam umas Presidenciais em formato reality show:
1. Uma auto-caravana que vai correndo o país (Simple Life), os candidatos a PR, câmaras 24 horas/dia.
2. Pequenos programas diários com notícias sobre o dia. Especial diário sobre cada um dos candidatos.
3. Gala semanal em que os candidatos vão sendo eliminados pelo público.
4. Os candidatos, durante a duração do programa (campanha) são convidados não apenas a debaterem questões políticas de relevância nacional, mas também a descobrir o segredo dos adversários (Secret Story); a cantar (American Idol); a dançar (So You Think You Can Dance); a ser fotografados para uma revista de moda (Next American Top Model); e a ser pesados semanalmente (The Biggest Loser).
5. Gala final, na noite de passagem de ano, em que já estão apenas os dois candidatos preferidos do público. O candidato mais votado ganha. O anúncio deverá ser feito imediatamente depois da meia-noite.
sexta-feira, janeiro 21, 2011
Razões igualmente válidas, mas menos fúteis
Portugal atravessa a maior crise económica e financeira dos últimos anos. Para além disso, vive uma crise de confiança. Não é tempo para experiências ou malabarismos. Alegre pode ter "bom ar" (que o tem, sem dúvida), e pode até ter aquela aura especial de poeta boémio-marialva, mas isso agora não chega. Precisamos de um homem com provas dadas e com competência reconhecida. Precisamos, sobretudo, de um Presidente que tenha uma visão clara (e institucional) dos poderes presidenciais. Não queremos um jogador do jogo político, como foi Sampaio. Queremos um juiz imparcial e um defensor da ordem constitucional.
Voto Cavaco para ter a garantia de imparcialidade e de análise lúcida e capaz das circunstâncias políticas e económicas.
Voto Cavaco porque todos sabemos que em cada casa é preciso o adulto chato e cinzento, para impor alguma ordem no recreio. Se o país é o recreio e o governo é o circo, Cavaco é o chato e cinzento que nos dá segurança quando as coisas correm mal.
Voto Cavaco porque é a única opção viável. A melhor opção. E voto muito mais convicta do que há 5 anos atrás, porque Cavaco foi exactamente o Presidente que eu imaginava: atento e, sobretudo, previsível. E, nos estranhos tempos que vivemos, essa acaba por ser a sua melhor qualidade e a melhor garantia para os próximos 5 anos.
Razões para votar Cavaco (4)
Porque irrita os beatos que ainda não conseguiram ultrapassar os seus "fantasmas gays".
Razões para votar Cavaco (3)
Porque a Senhora Tatcher e o Senhor Kohl lhe confiavam a verificação das contas da UE. Se o fazia, também saberá verificar as nossas, apesar das "engenharias-malabaristas" do "engenheiro-domingueiro".
Razões para votar Cavaco (2)
Para irritar a extrema-esquerda, a esquerda-queque, a esquerda-cívica e a esquerda-proletária.
quarta-feira, janeiro 19, 2011
segunda-feira, janeiro 17, 2011
The Man of the Match *
Johnny Depp
Enquanto nelas não interessa quem são, mas o que vestem (como se vê pelas legendas dos posts anteriores) neles não interessa o "label", mas apenas o "look". Não sei o que veste Johnny Depp, nem de quem são as jóias e os sapatos. Para dizer a verdade, não me interessa. O que interessa é que ele estava fantástico. Boho Chic, ao melhor estilo J.D.
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* Convenhamos que na ausência do George (Clooney), do Javier (Bardem) ou do Daniel (Craig) e a competir, apenas, com os vampiros e demais pós-adolescentes sem graça, era impossível não ser ele o meu Mr. Golden Globe!
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* Convenhamos que na ausência do George (Clooney), do Javier (Bardem) ou do Daniel (Craig) e a competir, apenas, com os vampiros e demais pós-adolescentes sem graça, era impossível não ser ele o meu Mr. Golden Globe!
O povo
Eu não sei o que "ser do povo" significa para Sérgio Lavos, mas se ser povo equivaler a ser miserável, então há um ponto que tenho que conceder ao bloco: é que o governo do partido do candidato Manuel Alegre tem feito tudo ao seu alcance para nos transformar a todos em "povo"!
GOLDEN GLOBES 2011
To make a long story short, só algumas notas breves.
1. O filme que eu não quis ver (porque achei que seria alguma coisa "menor") arrecadou alguns dos mais importantes prémios da noite - melhor filme, melhor realizador e melhor argumento. Agora não me resta alternativa se não ir ver.
2. A série à qual eu me rendi (GLEE), também foi uma das vencedoras da noite. Menos mal!
3. Johnny Depp mais uma vez não ganhou. Há injustiças que demoram tempo a ser corrigidas.
4. A crise torna-se verdadeiramente um assunto grave quando chega à Red Carpet.
O comentário ao que verdadeiramente interessa (the RED CARPET) virá em breve.
sábado, janeiro 15, 2011
Material Boy
Achei que poderia passar sem escrever sobre o tema do momento. Primeiro, porque, para mim, casos de polícia são apenas isso: casos de polícia. Segundo, porque a crónica social fútil não me interessa especialmente (se é para ser completamente fútil prefiro escrever sobre sapatos, carteiras, roupas ou hotéis). Porém, a dimensão sociológica que tomou o “caso Carlos Castro” interpela-me (como nos deve interpelar a todos) e obriga-me a pensar sobre o que não está bem no nosso país. Basta ler os comentários nos jornais, ler alguns blogs ou ver as páginas de “apoio” que nascem no Facebook, como cogumelos, para uma pessoa normal e equilibrada ser forçada a perguntar-se: “Será isto normal?” Não, não é normal um país em que há pessoas que entendem por bem defender os actos de um homicida. (E não falo aqui de uma família em choque que, com toda a naturalidade, quererá defender um dos seus, apesar do horror dos actos por ele praticados). Falo de um país que vem para os comentários e para as redes sociais defender o indefensável, a coberto da protecção da “rede”.
Eu não faço juízos de valor sobre Renato Seabra (“RS”). Não o conheço para saber se era um estudante exemplar ou um “menino de ouro”. Apenas sei que ele matou e torturou um homem, num crime abjecto, que não pode ser desculpado. RS agiu em surto psicótico? Talvez. Como em surto psicótico agirão, todos os dias, assassinos, pedófilos e violadores e nem por isso a sociedade os desculpa. Porque, com surtos ou sem eles, cometem crimes hediondos que a sociedade (e muito bem) não está disposta a aceitar.
Então porquê desculpar o crime de RS? Porquê as referências a ele, sistemáticas, como “menino”? RS tem 21 anos. Há muito que passou a infância e é um homem adulto. Até onde sabemos, também não seria incapaz. É um adulto: um homem que matou outro homem. Então, porquê a complacência? Porque será, também, que muitos o desculpam dizendo que foi Carlos Castro que se aproveitou de um jovem inocente, quando, todos os dias, a sociedade condena, à partida e sem qualquer pudor, a jovem mulher de 21 anos que se aproxima do homem mais velho? Porque será que nunca ouvimos dizer que J. Howard Marshall se aproveitou da inocência da muito jovem Anna Nicole Smith para a levar a casar-se com ele?
Será que o factor “x” deste caso é o facto de Carlos Castro ser homossexual? Possivelmente. Se Carlos Castro tivesse sido morto por uma “menina” de 21 anos num quarto de hotel em NYC, não tenho qualquer dúvida dos comentários que veríamos sobre a psicopata/vilã que se aproveitou, sem pudor e sem vergonha, do homem mais velho. Seria condenada, sem apelo nem agravo, por essa “sociedade dos comentadores de bancada”, tal como o foram os pais da Maddie, por exemplo.
Mas não foi uma “coelhinha-psicotapa”. Foi um “menino” e como tal é fácil colocá-lo na posição da vítima de abusos intoleráveis, incapaz de repelir os avanços da “velha-raposa” a não ser recorrendo a mais de uma hora de tortura e maus tratos que resultariam na morte do “agressor”. Com sorte, para estes comentadores de bancada, RS terá agido em legítima defesa, e a violência utilizada terá sido proporcional à “violência sofrida”. Razoável, não é?
Como sociedade devemos reflectir sobre tudo isto. Devemos reflectir sobre páginas com centenas de fãs que têm por título “matar homossexuais não deveria ser crime”. Um país que se comporta assim, não está bem. E isto, infelizmente, o FMI não virá resolver.
quarta-feira, janeiro 12, 2011
O que têm em comum Renato Seabra e o BPN?
À partida, absolutamente nada. Mas depois de ler esta notícia, têm alguma coisa. Desde logo a hipocrisia nacional. Quero com isto dizer, exactamente, o quê? Que, para esta família, grave é dizerem que o rapaz é homossexual (ele que é um homicida confesso), assim como, para o país, o que interessa no BPN são as acções de Cavaco Silva e não todos os crimes que por lá se passaram e foram encobertos por um Regulador distraído.
É a hipocrisia generalizada. Uma falta da noção do que é realmente importante e definidor da personalidade de uma pessoa e do comportamento de uma instituição ou de um Estado.
São casos destes que mostram que, de facto, em Portugal temos uma mente pequenina e tacanha, que não tolera o pequeno pecado privado, e o esmiúça até à exaustão, mas que tem a maior elasticidade (porque volta as costas e não quer ver) para o que é verdadeiramente criminoso. Falo do BPN, como podia falar do Freeport. O padrão é sempre o mesmo: mesquinho e tacanho no que é acessório, cego até doer no que é absolutamente essencial. Assim não vamos lá.
O balão de oxigénio
Este ano Portugal tem que se financiar no mercado (através da emissão de obrigações do tesouro) em 20 mil milhões de Euros. Hoje fizemos o leilão de cerca de 1200 milhões de euros e conseguimos que corresse bem: a procura superou a oferta e o juro ficou abaixo da barreira psicológica dos 7%.
Para tal não será alheia a acção do BCE, que tem estado a comprar dívida nos mercados secundários como forma de conter as taxas de juro praticadas, o que quer dizer que não é a nossa "boa performance" económica que tranquiliza os mercados, mas o apoio "discreto" do BCE (o qual, infelizmente, não durará para sempre).
Ainda assim, hoje ganhámos um balão de oxigénio e podemos respirar de alívio. Mas, como alertam os analistas, poderá ser um alívio curto, na medida em que teremos que voltar ao mercado para os restantes 19 mil milhões e será impraticável manter uma taxa de juro perto dos 7% para financiar esse montante. Por isso, a espada mantém-se sobre as nossas cabeças e "wisemen say" que recorrer, desde já, à ajuda internacional seria o melhor caminho.
Porém, temos um Primeiro-Ministro voluntarioso. Não o fará a ter ser obrigado e, por hoje, não o será É improvável que Portugal consiga continuar a passar entre as gotas da chuva e evitar recorrer à UE e ao FMI, mais à frente no caminho. Mas por agora podemos respirar. Respiremos, pois.
terça-feira, janeiro 11, 2011
Gostar de Homens
É um pirata que usa eyeliner, sem perder pitada da sua masculinidade. Já teve mãos de tesoura, uma fábrica de chocolates e um chapéu louco. Também foi um barbeiro demoníaco e o criador do Peter Pan. Agora é, simplesmente, um Turista em Veneza, com eyeliner e muito daquele "charme-naif" que tanto sucesso faz com o público feminino.
Boémio e provocador. Pai e marido. Actor de imenso talento: Johnny Depp, uma excelente razão para "gostar de homens".
Mais sobre a reportagem com Johnny Depp na edição de Janeiro da VF, aqui.
Género: "há bons medicamentos que podem ajudar"
José Sócrates é taxativo e isso serve-nos de muito, tal como serviu no passado. A palavra (e as opiniões do Primeiro-Ministro) conseguem ter pior "rating" do que a República, porque o que ele garante hoje, peremptório e convicto, é posto em causa amanhã por esse mundo que é, afinal, composto de mudança, como já Camões sabia, mesmo antes da crise e do Lehman Brothers, antes da crise da dívida e dos downgradings.
Por isso, por mais que José Sócrates (secundado por Teixeira dos Santos) afirme aquilo em que ninguém acredita (basta ler a imprensa não portuguesa), os Portugueses já perceberam que não haverá outra escolha para além daquela que é óbvia: pedir ajuda externa à UE e ao FMI e accionar o fundo de resgate. Poderá não ser hoje. Poderá não ser esta semana. Mas será um dia destes, depois de mais uma rotação da Terra.
segunda-feira, janeiro 10, 2011
I'm feeling...
Preciso de um mordomo, rapidamente, porque não aguento a "pressão doméstica do regresso à bruxelândia". O mordomo, inglês, obviamente, seria responsável por algumas tarefas simples que me facilitariam (muito) a vida: fazer camas; fazer máquinas (separando cores); organizar a minha agenda doméstica; fazer e desfazer as minhas malas; ir ao supermercado e arrumar as compras; não deixar acabar a água; acordar-me de manhã; preparar-me a roupa/sapatos/acessórios para o dia seguinte; desligar as luzes quando adormeço. E eu seria uma pessoa muito mais feliz.
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