sexta-feira, julho 28, 2006

Não te amo, quero-te!

Só um de Almeida Garrett...

Não te amo, quero-te: o amar vem d'alma.
E eu n'alma --- tenho a calma,
A calma --- do jazigo.
Ai! não te amo, não.

Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida --- nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!

Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.

Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?

E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.

E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.

Almeida Garrett, in Folhas Caídas

Almeida Garrett

Noutro dia, a propósito dos programas de Português que damos na escola, falaram-me de Almeida Garrett e de como ele não tinha 'graça nenhuma' (sic). Bem pelo contrário, digo eu!
Não apenas as suas "Viagens na Minha Terra" são uma delícia de sensações e impressões, como tem uma obra dramática fabulosa, da qual se destaca "Frei Luís de Sousa", para além de uma obra poética muito eclética, da qual pela inegável importância sobresaem as "Folhas Caídas".
Almeida Garrett, porém, para além de um grande nome da literatura, foi também uma figura incontornável e fascinante do século XIX Português. Participou no desembarque do Mindelo, tomou parte na revolução liberal, viajou pela Europa, foi um maiores dandies da capital, somando romances e aventuras e chegou mesmo a ocupar o lugar de Ministro dos Negócios Estrangeiros.
Tudo isto para dizer que, de facto, mal vai este país quando os alunos não gostam de Almeida Garrett (ou será que são os professores que conseguem fazê-los não gostar?).

Não queres vir a Edimburgo?



Que graça tem ficar na tua mansão no Lago Como se podes vir comigo à Escócia?!?

quarta-feira, julho 26, 2006

sábado, julho 22, 2006

Gone With the Wind


Já outras vezes falei do meu filme preferido, «Gone with the Wind», e hoje volto a falar dele... não do filme, mas do livro que lhe esteve na origem, a fabulosa história contada por Margaret Mitchell ,ao longo de quase 1000 páginas que nos prendem e nos fascinam.

Mesmo sem imaginar possível, consegui gostar ainda mais do livro (faltam-me apenas as 40 páginas finais) que do filme, embora este continue a ser uma obra magnífica que faz plena justiça ao livro! Porém, não tem a mesma densidade e, naturalmente, ao ter que fazer escolhas e cortes na história, há momentos que se perdem e sensações que não passam para a tela.

Um dos casos mais flagrantes é o de Ashley... o Ashley do livro consegue ser ainda mais fraco e mais impotente face à tragédia que o rodeava. Mais, no filme, apesar de tudo, paira sempre a dúvida sobre os verdadeiros sentimentos que ele devotava à heróina. Porém, no livro não há qualquer dúvida. Ashley ama e deseja Scarlett, para lá de todas as convenções, mas não cede a esse sentimento apenas por cobardia, embora continue sempre a alimentar as ilusões amorosas da heroína. Tal como Rhett explica no final, «the pathetic figure of honourable Mr. Wilkes who can't be intellectually faithful to his wife and yet has never been physically unfaithful to her».

Existia, assim, um verdadeiro triângulo amoroso entre o homem que ama Scarlett mas não tem coragem de assumir esse amor e assim romper com as regras de gentlemanship vigentes no velho Sul, o homem que ama Scarlett para lá das convenções e que tudo fará para a conquistar para si, e a heroína, que nutre um amor puramente platónico pelo galante e honrado Ashley e uma imensa paixão e atracção por Rhett Buttler, o único homem que a conhece, a compreende e a ama por aquilo que ela verdadeiramente é ("he reads me as if I was a book").

Tudo isto passa no filme, ao de leve, mas não com tanta franqueza como Margaret Mitchell nos conta... ela não pretendeu fazer uma heroína perfeita ou etérea. Scarlett é uma mulher notável, corajosa e apaixonada, mas uma mulher que tem defeitos, que não consegue dar o devido valor a sentimentos como a nobreza de carácter e a amizade (daí só perceber Melanie no final), que não consegue ser feliz porque permanentemente deseja o que não tem, que não consegue perceber ou corresponder ao amor que lhe Rhett lhe dá e só consegue descobrir que também ela o ama quando o perde...

Mas tal como vejo o filme, também, no livro a mensagem é sempre a mesma. Scarlett "morre" para nascer de novo. Ela é a heroína que nunca se dá por derrotada... é por isso que, mesmo acabando o livro com um enigmático «Tomorrow is another day», sabemos que Scarlett reconquistará Rhett e, nesse momento, livre do fantasma de Ashley, dar-lhe-á o valor que sempre recusou reconhecer. E talvez aí seja, enfim, feliz...

Por tudo isto, e apesar de todos os desencontros, continuo a achar que esta é uma das mais belas histórias de amor do cinema (e da literatura)... apesar de Scarlett e Rhett tudo fazerem para destruirem os sentimentos que os unem, estes permanecem e vão ganhando cada vez mais intensidade... é o amor que cresce embora seja constantemente negado e é a chama que não se apaga, apesar de ambos tudo fazerem para que isso aconteça!

Por fim, escusado será dizer que Scarlett terá sempre os olhos verdes de Viven Leigh e Rhett Buttler o fascinante sorriso cínico de Clark Gable.

Eu adoro Piratas!

quarta-feira, julho 19, 2006

32 anos depois

Aqui ao lado escrevia assim sobre os 32 anos do CDS:


«Como muito bem lembra o Pedro, o CDS faz hoje 32 anos. Está, por isso, de parabéns, pela data e pelo muito que nestes 32 anos fez pela Democracia e por Portugal. Está de parabéns, sobretudo, pelo sentido de serviço dos seus dirigentes e militantes e pelos vários contributos que deu, ao longo do tempo, para uma melhor governação (quer como protagonista da tarefa executiva, quer como oposição séria, consciente e empenhada).

Mas há o reverso da medalha, infelizmente. Depois do que vi e ouvi ontem, no Conselho Nacional, não posso dizer que está de parabéns um partido quando se torna esquizofrénico, quando se fecha sobre si próprio e sobre questões que só interessam a alguns, quando não apresenta ideias nem soluções, quando não combate o Governo e a esquerda e quando não ganha terreno ao PSD mas perde tempo e energia a lutar contra moinhos de vento. Sobretudo não está de parabéns um partido quando esquece e renega o seu passado mais próximo e trata um ex-presidente, que tanto nos deu a todos, como uma espécie de ser cujo nome não deve ser pronunciado sob pena de sermos todos amaldiçoados pelo fantasma do autocratismo!

Mal vai este partido se continuar assim... e mal vai este país se o CDS não voltar a ser a referência de outros tempos, quando marcava a agenda política, quando combatia o PS e a esquerda, quando lutava pelo que acreditava, quando fazia 'combate cultural' a sério, quando apresentava ideias, alternativas, soluções, quando conquistava o seu espaço e se demarcava dos adversários.

A meu ver, a melhor forma de honrarmos os 32 anos de história do CDS é não obrigarmos o nosso partido a passar por mais Conselhos Nacionais como o de ontem. O partido não merece, os militantes não merecem, a chamada 'oposição interna' não merece, e a própria Direcção já não merece esta longa caminhada no deserto que pode ser estóica, mas não é, certamente, vitoriosa

Turn Around

Depois de ontem ser dia de recordar os 'meus' Queen, hoje voltei a ir ao baú das memórias e repesquei esta...

Na minha história não é tão 'antiga' como o Flash Gordon (seria impossível)... mas é uma canção que continua a saber a férias, a Cambridge, a relva verde, céu azul e livros para ler... e continua a trazer à memória sentimentos, entretanto diluídos no tempo e no espaço, mas nem por isso menos queridos. Enfim, mais um bocadinho de boas recordações de outros verões e de outras férias!

Total Eclipse of the Heart (clicar para ouvir)

And I need you now tonight
And I need you more than ever
And if you'll only hold me tight
We'll be holding on forever
And we'll only be making it right
'Cause we'll never be wrong
Together we can take it to the end of the line
Your love is like a shadow on me all of the time
I don't know what to do
I'm always in the dark
We're living in a powder keg
And giving off sparks
I really need you tonight
Forever's gonna start tonight
Forever's gonna start tonight

Once upon a time I was falling in love
But now I'm only falling apart
There's nothing I can do
A total eclipse of the heart


turn around
every now and then I know you'll never
be the boy you always wanted to be
turn around
every now and then I know you'll always be
the only boy who wanted me the way that I am
turn around
every now and then I know there's no one in the
universe as magical and wonderous as you
turn around
every now and then I know there's nothing any better
theres nothing that I just wouldn't do

A mi NO me da igual

terça-feira, julho 18, 2006

Queen Day



Pois é, foi assim de repente, depois de entrar neste BLOG e ouvir o I want to break free, que tive vontade de pôr a tocar um CD dos Queen. Há muito tempo que não ouvi nada deles, embora tenham sido, e em larga medida continuem a ser, um dos meus grupos (odeio esta expressão) preferidos e tenham marcado de alguma forma o fim da infância e passagem para a adolescência.

Mais, ao que parece, e segundo se conta lá por casa, a minha relação com os Queen terá começado bem cedo, quando a primeira vez que a minha mãe me sentiu (ainda na barriga, claro está) foi durante o filme Flash Gordon, que tinha banda sonora dos Queen. Pois aqui a menina, cada vez que ouvia a música do título, decidia mostrar os seus dotes de bailarina (que ainda hoje mantém) e dar um pézinho de dança!

Depois, já nascida e crescida, comecei a acompanhar o que eles faziam e a gostar do género de músicas que eles tinham... em geral músicas de ritmos fortes, com muitas variações de estilo (como Bohemian Rhapsody ou Innuendo) e com mensagens que faziam sentido... em várias ocasiões diferentes... para os momentos de alegria, para as primeiras paixonetas, para as vitórias e para as conquistas.

E assim se criou uma relação próxima entre mim e os Queen... até hoje não sei dizer qual é a música deles que mais gosto. Não faço ideia. São tantas, tão diferentes que não dá para eleger uma. Talvez seja o Somebody to Love, ou a Bohemian Rhapsody, ou o Killer Queen (a minha música!), ou o Crazy Little Thing Called Love, ou o I'm Going Slightly Mad ou o A Kind Of Magic... não faço ideia.

A verdade é que hoje, com o CD (Greastest Hits III) a tocar, parece que voltei vários anos atrás... e reencontrei os sons de sempre!

Pensamento vintage do dia



Bem adequado ao dia cinzento que está lá fora...

domingo, julho 16, 2006

Eu hoje acordei aqui


Hotel Caruso, Salermo*

De papo para o ar, sem fazer nada, rigorosamente nada, muito menos traduções!



_______________________
* Por sugestão (muito boa por sinal) da Senhora Dona Catarina.

Já não há príncipes encantados!*

Apesar de todas as histórias da nossa infância sobre ogres, monstros e sapos que se transformam em príncipes com um beijo, a única conclusão científicamente possível é a de que um ogre nunca será um príncipe e que quem se transforma, no meio desta história toda, é a princesa que, na melhor das hipóteses, acaba verde (Se não viu o Shreck, vá ver, e depois volte!)

Mais, quem tem razão, afinal,é a Floribela!

Porque quando eu te vejo, a voz fica calada
Porque tudo é distante e sem ti não há mais nada
Não existiu feitiço nem príncipe encantado
Porque tudo é mentira e tu não estás sempre ao meu lado
.

(cliquem para ouvir...)



____________________________
* Com a devida vénia ao Rodrigo Moita de Deus, (já tenho saudades de o ler por aí), que aqui há uns anos teorizou sobre a complexa relação entre as mulheres e os ditos príncipes!

sexta-feira, julho 14, 2006

O calor dá mesmo cabo de mim....




George, bora almoçar num sítio fixe (pode ser Cascais, ao pé do mar)? Sim, podes levar o teu amigo....

quinta-feira, julho 13, 2006

Calor

São quase 9 horas e estão 30 graus em Lisboa... Está um calor insuportável. Boa... nada de novo! Todos os anos é assim...

Mas este ano está pior... Este é daquele calor que interfere com a inteligência e com a vontade. Daquele calor que mexe com o humor e com o equilíbrio da pele. Daquele calor que nos dá uma moleza que só é boa se não tivermos nada para fazer.

É um calor que atabafa e que sufoca. Custa andar, custa trabalhar, custa pensar, custa fazer tudo o que não seja fazer nada!

Nestes dias o país devia encerrar e, com ele, todos os estabelecimentos públicos ou privados onde se pratique toda e qualquer forma de relação que possa ser considerada, nos termos legais, laboral.

Nestas alturas, devíamos ir todos descansar, mudarmo-nos de armas e bagagens para a praia, ler um livro e dar uns mergulhos, a bem da nação!

Não faz qualquer sentido andarmos a trabalhar quando os termómetros ultrapassam os 35 graus...

Proponho, assim, uma Revisão Constitucional no seguinte sentido:

«Artigo [...]
Férias da Nação

1. O período normal de funcionamento do Estado Português decorre de 15 de Setembro a 15 de Junho, sem prejuízo das suspensões que a Nação entenda, por referendo popular, deliberar por maioria, sempre que considerar oportuno.

2. Fora do período indicado no número anterior, Portugal pode funcionar por deliberação popular em caso de grave emergência.

3. Portugal pode ainda ser convocado extraordinariamente pelo Presidente da República para se ocupar de assuntos específicos que não possam esperar pelo período normal de funcionamento

Vou já querido!


George espera por mim aí na piscina que é só despachar este contrato e vou já ter contigo! Ai que este calor não se aguenta!

domingo, julho 09, 2006

Fim de Carreira II

E quem acabe assim...





Conclusão: O respeito não é para quem o quer... é para quem o merece. PARABÉNS FIGO!

Fim de carreira I

Há quem acabe a carreira assim...



Eu hoje acordei aqui

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Hotel Sacher, Salzbourg

The hills are alive, with the sound of music!

Mudança de visual

Depois das emoções do Mundial, o SLIH voltou ao seu estado normal... ou seja ao visual SPRING-SUMMER 2006.
Está mais bonito agora!

Mentalidade do 'quase'

Não há nada que me irrite mais do que a conversa que ontem se ouvia depois do jogo: «foi um honroso quarto lugar», «estivemos quase...». Não há lugares 'honrosos'... não há 'quase'. Há vitórias e há derrotas. Há vencedores e há vencidos. Nos jogos de futebol como na vida. (E porque a vida não é uma linha recta, os vencedores de hoje podem perder amanhã, e vice-versa). Por isso há que encarar as coisas de frente e sentirmo-nos bem (ou mal) com os resultados que temos. Bons ou maus, são os nossos, fomos nós que os fizemos! Não podemos andar eternamente culpar o árbitro, o professor, a sorte (ou a falta dela), o colega do lado, o governo, a oposição, a equipa contrária ou os espanhóis...

Esta é a mentalidade 'tuga' no seu melhor, a tal mentalidade pequenina, tacanha, do 'pouquechinho» e da auto-comiseração com o triste fado lusitano que não nos deixa ir mais além! E é esta mentalidade do 'quase' que temos que quebrar de uma vez!

Mais, será que é preciso achar um 4.º lugar bom para honrar a nossa selecção???? Claro que não!

A nossa selecção deu-nos 5 vitórias fantásticas. Fez-nos vibrar a cada minuto, com os golos, com as fintas, com as faltas, com os cartões. Durante quase um mês jogaram bem, chegaram às meis finais do campeonato do mundo, mostraram que Portugal existe e que pode (e quer) chegar longe. Cada vez mais longe. Não fomos campeões mas haveremos de ser... se nunca nos contertarmos com o quase.

Sinceramente eu não fico contente com o quarto lugar (mas qualquer fosse o resultado de ontem nunca ficaria contente... quarto ou terceiro era igual), porque o que eu queria era a taça! E só se continuarmos a achar que é possível ganhá-la é que voltaremos a jogar com garra e com alma. Se nos continuarmos a queixar que o 'sistema' não gosta de nós e que o quarto lugar é «honroso», no próximo mundial nem passamos a fase de grupos!

Um pouco mais de sol – eu era brasa.
Um pouco mais de azul – eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa…
Se ao menos eu permanecesse aquém…

Para quando sermos brasa???

sábado, julho 08, 2006

Já está!

Prontos! (sabe tão bem dizer isto!)

feito. Não me interessa se correu bem ou mal, não me interessa se havia litisconsórcio, se havia lugar à resolução do contrato, se o assistente tinha legitimidade ou se havia mais para arguir no recurso do que aquilo que me ocorreu na altura.

Acabou! Está feito... mal ou bem, passou (eu é que posso não ter passado! - que humor básico, mesmo típico de dia de exame!).

Agora vou entrar de férias da Ordem (do direito ainda não, mas um dia será!).

E sabem que mais...

«Para mim tanto me faz
Que digas coisas boas ou coisas más
Ou mesmo que inventes
Algo que eu nunca fui
Yeeeee

Acabou,
Tu não atinges
Tás noutro mundo
Ou será que finges
Eu já soltei
Eu? Tou noutra...
»

sexta-feira, julho 07, 2006

Amanhã vou assim...



Pronta para derrotar qualquer montro que se atravesse no meu caminho!

Porque a tradição ainda é o que era...

Há que manter os rituais, que noutras ocasiões deram sorte...

«- Era melhor teres vindo à mesma hora - disse a raposa. Se vieres, por exemplo, às quatro horas, às três, já eu começo a ser feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sentirei. Às quatro em ponto já hei-de estar toda agitada e inquieta: É o preço da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca saberei a que horas é que hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito...São precisos rituais.
- O que é um ritual? - perguntou o principezinho.
- Também é uma coisa de que toda a gente se esqueceu - respondeu a raposa. - É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias e uma hora, diferente das outras horas.»

Antoine de Saint-Exupéry, «Le Petit Prince»

É já amanhã...

Não, não me refiro ao jogo do terceiro e quarto lugares que, como o MEC (ali em baixo) já explicou, não é o nosso campeonato... aliás... se dos 'vices' já não reza a história, quanto mais dos 'trices'!

Mas enfim, não é isso que me preocupa. O que me aperta o coração, neste momento, é o exame. O EXAME. Esse mesmo, o horrível o temível, o Exame da Ordem que nos abre (ou fecha) a porta do fim do pesadelo que é o estágio!

E sem saber se a matéria já está toda dentro da cabeça e se os neurónios estão bem afinadinhos, com todas as ligações bem oleadas, é ainda mais complicado... oh céus! Porque será que depois de tudo o que já passámos (ogres tresloucados, cobras falantes, carro voadores, árvores assassinas, dragões de fogo, entre outras coisas igualmente terríveis) ainda temos que derrotar o Lord Voldemor no fim de tudo????? (Por favor perceber o sentido metafórico destas palavras... a Ordem ainda não é Hogwarts, mas está lá perto!)

Será que se eu fizer birra ajuda???? Em criança às vezes era uma solução!

Não quero ter um exame! Sobretudo não quero ter ESTE exame... não quero ter que pensar em prazos ou fazer recursos... não quero falar em medidas de coacção ou em réplicas e tréplicas!

Ai Diogo, agora é que o 'teu' pensatório dava mesmo jeito... amanhã era só mergulhar nele e pronto... lá estavamos nós, bem no meio do CPC, (Código de Processo Civil, para quem não esteja familiarizado com o seu nome carinhoso), o que, diga-se de passagem, não deveria ser pior do que enfrentar him who shall not be named!

E, para piorar tudo, ainda não sei como levar as três dezenas de livros fundamentais que tenho lá para casa... ai agora é que um Troll(ey) dava jeito!

Foi há um ano...

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«Whatever they do, it is our determination that they will never succeed in destroying what we hold dear in this country and in other civilised nations throughout the world

Tony Blair

quinta-feira, julho 06, 2006

MEC no seu melhor, imperdível!

Pronto. Que se lixe. Levem lá a taça, que a gente continua cá, se não se importam. Vamos ali fazer um piquenique com os alemães e voltamos já.

Poça, já se sabia que tinha de ser com o raio dos franceses e que Portugal jogar mal ou bem seria irrelevante. Mas tanto?! A ironia, muito francesa porque é daquelas pesadas e óbvias que não têm graça nenhuma, é que Portugal jogou muito bem e a França não jogou nada. Aliás, quanto melhor jogava Portugal, mais aumentava a probabilidade da França ganhar. É azar. É esse o termo técnico, exactamente.

Não foi só o árbitro, embora este tudo tenha feito para ser a estrela principal da partida. Não, é o azar que os franceses dão. Mesmo quando estão cabisbaixos e amedrontados, cheios de vontade que o tempo passasse e os poupasse, dão azar.

E porquê? Porque os portugueses também dão azar aos franceses, coitados. Dão-lhes o azar de pô-los a jogar mal. E o azar de fazerem figura de tontos e medricas. Os franceses também não mereciam tal azar. Tanto mais que cada jogo com eles traz uma vingança pré-fabricada: depois desta meia-final, já ninguém poderá dizer que Zidane e os "bleus" renasceram milagrosamente. Onde? Quem? Não, o milagre foi só um: o de não terem perdido.

Em contrapartida, os franceses dão aos portugueses o azar de perder. Bonito serviço. Assim não dá gosto; não se pode trabalhar; nem há condições para jogar; é escusado. E quando jogarmos outra vez com os franceses, vai acontecer a mesma coisa. O azar existe e o azar reincidente e metódico, no caso da França, existe mais ainda. Antes fosse ao contrário? Talvez não.

Mais vale perder como perdemos, a jogar como campeões, do que ganhar a jogar como os franceses, como perdedores natos, receosos e trapalhões, sem saber o que se passa ou o que se vai passar. Fizeram má figura e ganharam. Que os italianos lhes sejam leves!

Dirão uns que não faz mal, que já foi muito bom chegarem às meias-finais. Mas não é verdade. Para chegarem às meias-finais foi preciso pensarem que podia ser campeões do mundo. E agora custa um bocadinho ­ um bocadinho nobre e bonito mas muito custoso ­ voltar atrás. Se a esplêndida selecção portuguesa tivesse pensado que bastaria chegar às meias-finais nem tinha ganho ao México e muito menos à Holanda e à Inglaterra.

Foi bonito saber, como ficou sabido e comprovado, que não é assim tão difícil Portugal ser campeão do mundo. O próximo Mundial, em 2010, parece muito mais apetecível por causa disso. É ganhável ­ como era este. Não se pode subestimar a segurança que o Mundial 2006 trouxe à selecção. Já não se pode falar em sonhos como se fossem delírios. Não: os sonhos agora passaram a objectivos, altamente práticos e alcançáveis. É obra.

Portugal já não é o "outsider" que era nos primeiros dias do mês passado. Por muito que isso custe aos detractores e inimigos (que utilizaram esse estatuto marginal para nos marginalizar ainda mais), a partir de agora Portugal é não só um campeão potencial como um campeão provável.

Tanto crescemos que finalmente ficámos crescidos, adultos, senhores. É bom que os outros senhores do futebol comecem a habituar-se à presença e à ameaça constantes dos novos senhores. Porque os antigos menininhos portugueses, que eram tão giros e que tanto jeitinho davam, desapareceram para sempre.

Este Mundial já está ganho. Que se lixe. Venha outro!


Miguel Esteves Cardoso

O fado lusitano

Queríamos ir a Berlin, mas ficámos pelo Senhor Roubado...

Adorava ter sido eu...

*




* A fazer isto à Torre Eiffel, mas não fui. Foi o Francisco, famoso terrorista fotográfico, que resolveu vingar o jogo de ontem assim. BRAVO!

terça-feira, julho 04, 2006

Vicissitudes do percurso de uma candidata a advogada

Depois de, no ano passado, ter tido 'descanso' em Junho/Julho, no que toca a exames, este ano voltei aos bons velhos tempos...

Exame Nacional de Estágio (sei lá se é assim o nome oficial da coisa), o que implica voltar aos velhos calhamaços de Processo Civil, Processo Penal e Deontologia Profissional e estudar tudo outra vez. (Sempre ouvi dizer que não há duas sem três e que à terceira é de vez! Oh! Malvados ditados populares!)

Lá voltamos nós, candidatos a advogados, às incompatibilidades, aos deveres de gentlemanship do advogado, às medidas de coacção, ao regime das nulidades em Processo Penal, às fases processuais, às intermináveis regra de competência territorial, material, em função do valor da causa ou da forma de processo, às peças processuais e aos temíveis prazos... uma infinidade de coisas que não apenas não provocam o mínimo estímulo intelectual como, à terceira vez que olhamos para elas, só nos podem provocar enfado e sono!

Não fosse eu continuar a ler livros, jornais, acompanhar as (poucas) notícias da actualidade e a dar alimento ao espírito (e os jogos do MUNDIAL), e por esta altura eu já estava intelectualmente empedernida!

domingo, julho 02, 2006

Eu hoje acordei aqui



Num castelo dos contos de fadas...

Pelo sonho é que vamos



Eu sei que este é já um clássico SLIH e que alguns até acharão repetitivo (mas lá está, por algum motivo estou no CDS e esta deve ser a minha costela Conservadora!), mas tenho que dedicar o meu poema preferido (PELO SONHO É QUE VAMOS) à NOSSA SELECÇÃO. Eles merecem porque nos fazem viver um sonho. E só é preciso que continuemos a acreditar e o sonho é possível.


«Basta a fé naquilo que temos
Basta a esperança naquilo
Que talvez não teremos
Basta que a alma demos
Com a mesma alegria
Ao que desconhecemos
E ao que é do dia a dia.

Chegamos, não chegamos?
PARTIMOS. VAMOS. SOMOS (campeões!).»

MISSÃO PATRIÓTICA: ELIMINAR A FRANÇA!

Nunca pensei que este momento chegaria: PORTUGAL - FRANÇA nas meias finais do Campeonato do Mundo.

A Selecção que mais me faz torcer por ela contra a selecção que mais me faz torcer contra ela... ou, no "modo Bush de ver as coisas", os bons contra os maus!

E agora já se sabe o que me espera na quarta-feira: muito sofrimento, muita adrenalina, muito coração aos pulos, muitas unhas roídas (vai ter que ser), muito cachecol mordido... para no fim fazer a maior de todas as festas - PORTUGAL mandar os 'frogs' fazer as malas.

Que Ricardo continue inviolável, e que a "mão de Deus" faça Figo marcar o Golo da Vitória Tuga!

sábado, julho 01, 2006

RICARDO ÉS O MEU HERÓI!!!!!!!!!



GO ENGLAND, GO HOME!*




______________________________
*Porque não há duas sem três!

Como há dois anos

Repito o mesmo post... foi o mesmo sofrimento durante 120 minutos, o mesmo equilíbrio entre as equipas, os penaltis, o Ricardo a mostrar que é o melhor guarda-redes deste Campeonato do Mundo!


Por isso só posso voltar a dizer:


GO ENGLAND, GO HOME!

Duelo de Titãs




Para Mr. World prefiro o Beckham.
Para World Champion prefiro o Figo.

;)

Momentos Difíceis...

Há sempre momentos difíceis num campeonato do mundo, sobretudo quando as nossas equipas preferidas se encontram e só uma pode ganhar! (Não seria possível eliminar liminarmente na secretaria a França e o Brasil e Portugal e Inglaterra passarem directamente às Meias-Finais?)

Por razões óbvias, Portugal é a equipa número 1 do meu coração, sobretudo agora que finalmente se tem comportado como gente crescida e tem um verdadeiro 'Sargentão' à frente. Por razões bem menos óbvias, mas naturalmente facilmente identificáveis, Inglaterra ocupa o segundo lugar na minha lista de selecções preferidas (e garanto que a causa principal para isso não é o David Beckham, malgré tout).

É por isso que é tão difícil ver este jogo... porque embora queira que Portugal ganhe, e OBVIAMENTE QUERO, prefiro que, tendo que ser eliminados por alguém, sejamos pelos 'Bifes' e não pelo Brasil ou pela França (ai que até fico enjoada só de pensar nisso!).

Feito este enquadramento emocional do combate de mais logo, desejo, apesar de tudo, que lá por volta das 7.40 p.m. (local time) se repitam imagens como esta...