sexta-feira, julho 27, 2007

Advinhem quem está à minha espera na Côte d'Azur...

Cultura à sexta




Les années de Grace, exposição no Fórum Grimaldi, em Monte Carlo, de 12 de Julho a 23 de Setembro de 2007 , presta homenagem à princesa Grace Kelly, por ocasião do 25.º aniversário da sua morte. É a primeira vez que o Principado presta homenagem à Princesa que trocou Hollywood pela promessa de uma vida igual aos contos de fadas.

A exposição percorre toda a vida da Princesa, desde os seu anos de estrela de cinema, em Hollywood, até ao período em que assumiu a condição de Princesa do Mónaco, em 1956 até à sua morte, em 1982. Podemos ver, então, expostos os vestidos, fotografias, cartas e objectos vários, incluindo uma fabulosa colecção de 'Kelly Bags', da Hèrmes, daquela que permanece, até hoje, como uma lenda.

quarta-feira, julho 25, 2007

Séries SLIH



Ser SLIH não implica ser vidrado em televisão ou viciado em programas diários ou semanais. Mas implica, isso sim, ter algumas séries de culto, que se vêem e revêem, sempre com agrado. O clássico SATC é obviamente um dos casos de série de culto para quem quer ser SLIH, e passo a explicar: é terrivelmente cosmopolita; vibra com NYC; fala de sapatos (sobretudo Manolo Blahnik) em quase todos os episódios; tem um guarda roupa de cair pro lado e ainda pedir mais; fala de relações amorosas (ou da busca do amor e do homem perfeito) e das suas múltiplas complicações, desafios e prazeres, o que é um clássico humano de todos os tempos.

Depois, e para além de tudo isto, cria 4 personalidades femininas que sendo, naturalmente, esteriotipos comportamentais, ainda assim conseguem identificar-se connosco em algum ponto ou aspecto das nossas vidas: a mulher moderna e liberal que preza a sua liberdade a cima de tudo; a advogada snob que põe a carreira sempre em primeiro lugar; a menina de boas famílias que apenas quer casar e constituir família e, por fim, a jornalista que procura o homem ideal e se entretém a escrever sobre o que vai vendo, ouvindo e vivendo. Sendo que, no final, tudo acaba de pernas para o ar, com a Samantha "presa" a um querubim louro; Miranda casada e com um filho a viver em Brooklin; Charlotte casada com um judeu e confrontada com a impossibilidade de ter filhos e Carrie com o eterno Mr. Big que, no final de contas, se revelou o príncipe encantado!

Sem dúvida um clássico SLIH!

Diz quem sabe...




«Nem se devem apostar as fichas todas num só número, nem se devem pôr os ovos todos num só cesto

domingo, julho 22, 2007

Eu hoje acordei aqui



No coração da China, rodeada de montanhas nevadas, com a calma necessária para ler o novíssimo Harry Potter.

sexta-feira, julho 20, 2007

Cultura à sexta



Amanhã às 0 horas (ou hoje às 24 horas) é lançado mundialmente o último livro do Harry Potter, dez anos depois da publicação do primeiro livro, Harry Potter and the Philosopher's Stone.

A saga do menino feiticeiro, que luta contra o mal, personificado naquele cujo nome não deve ser pronunciado, encanta miúdos e graúdos há dez anos e mantém os fãs reféns do destino das personagens principais e, principalmente, o desfecho da clássica luta do bem contra o mal.

Porém, mais do que os livros, todo um império foi construído à volta de Harry Potter e a sua autora é, hoje, a mais rica mulher de Inglaterra (ultrapassando a própria rainha), deixando para trás um passado de pobre professora que não tinha aquecimento em casa, razão pela qual escrevia num café de Edimburgo, local onde nasceu Harry, Ron, Hermione, Dumbledore e todos os outros.

Neste momento são muitas as versões que circulam na net sobre o desfecho do Harry Potter e não sabendo o que é verdade ou mentira, digo apenas o que gostava: gostava que Dumbledore não estivesse de facto morto e que Snape não fosse 'traidor'; gostava que Harry, Ron e Hermione sobrevivessem e vencessem o Lord Voldemort, gostava que Harry se tornasse Headmaster de Hogwarts (depois de Dumbledore morrer, já muito velhinho) e Hermione Professora de D.A.D.A. e já agora que os dois casassem e tivessem muitos filhos todos óptimos feiticeiros (eu sei que é impossível mas sempre achei que os dois fariam um 'match' perfeito!)! E obviamente gostava que o 'mal', pelo menos nesta história, fosse vencido e erradicado e Voldemort, os Malfoys, os Lestrange e todos Death Eaters fossem presos em Azkaban!





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Actualização do Post, às 02.20 de dia 21 de Julho: JÁ TENHO O ÚLTIMO HARRY COMIGO!!!!!!!

quarta-feira, julho 18, 2007

Objectos SLIH



Hoje, nas 'coisas' SLIH um objecto que faz necessariamente parte do universo SLIH: o leitor de MP3. Ser SLIH é gostar de música e precisar de ter uma 'banda sonora' a cada momento. É ouvir «The Blower's Daughter» em Bloomsbury (a dividir headphones com a Inês) e «Grace Kelly» no Mónaco! Ter músicas de todos os géneros ali guardadas e ouvir o Vogue da Madonna num minuto e a banda sonora do filme «Out of Africa» no que se segue, sem esquecer as Doce lá no meio, para os momentos mais non sense.

Porém, não é SLIH todo e qualquer MP3. Há regras e há requisitos. 1.º requisito: relação qualidade preço. Ser SLIH não é ser forreta, mas é saber escolher! 2.º requisito: tamanho. Um MP3 para ser SLIH tem que ser pequeno, altamente portável e leve! 3.º e mais importante requisito: COR. Ser SLIH passa, necessariamente, por não ser 'discreto'. Logo branco e preto estão fora de cogitação! Podia ser verde limão ou azul turquesa, mas quis o destino que a dona do SLIH gostasse mais de rosa! ;)

Tudo ponderado, a escolha SLIH recaiu sobre o novíssimo Creative Stone cor de rosa, um must dos MP3 que estão no mercado. Pequeníssimo (hoje em dia, no que toca às tecnologias, the smaller the better), giríssimo e ultra eficaz. Tem bateria recarregável que aguenta até 10 horas (!) em modo reprodução e pode armazenar até 500 músicas, o que é imenso. Acresce que o preço recomendado é mesmo muito apetecível!

SUMMER OF 69*



«Standin' on your mama's porch
You told me it would last forever
Oh the way you held my hand
I knew that it was now or never
Those were the best days of my life
»




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* A tocar no meu Creative enquanto atravesso a cidade...

terça-feira, julho 17, 2007

Sequelas



A semana passada fui ao cinema ver duas sequelas de dois filmes que adoro: Harry Potter e Shrek e saí do cinema com sentimentos contraditórios.

No primeiro caso, confesso que andava um bocadinho zangada com as adaptações ao cinema da história do mais famoso feiticeiro do mundo. Não tinha gostado particularmente do Harry Potter and the Prisoner of Azkaban e ver o Harry Potter and the Goblet of Fire do princípio ao fim foi quase uma penitência. Pois bem, este Harry Potter and the Order of the Phoenix reconciliou-me com o universo cinematográfico Harry Potteriano. É um filme mais maduro mas também mais luminoso. Os miúdos cresceram mas não perderam credibilidade, antes pelo contrário. A constelação de grandes actores faz o resto e a 'inquisidora' Dolores Umbridge é um must em versão absolut pink!

Quanto ao Shrek, eu, fã absoluta do conceito, me confesso: não gostei. A fórmula de sucesso do conto de fadas ao contrário perdeu o encanto, ou terá sido antes a magia? A história do Príncipe mauzão (Charming, para os amigos) já está estafada e aquele miúdo imberbe com tiques amaricados não convence ninguém como rei Artur. Depois as lutas ao estilo Senhor dos Anéis não encaixam bem neste universo de fantasia non sense que se tinha criado para o Shrek. Como tudo na vida que dura tempo a mais, o Shrek envelheceu e perdeu a graça. Pena!

Porém, se Harry Potter conseguiu recuperar, depois de um período de declínio, esperemos que os 2 Shreks prometidos consigam recuperar a magia de outros tempos e reinventar as personagens, caso contrário serão apenas uma longa agonia para uma história de sucesso.

domingo, julho 15, 2007

Barbie foi votar*


Ou muito me engano ou a abstenção vai ser muito alta! Ninguém na minha secção nem nas secções vizinhas. Estas eleições em Lisboa foram um erro de forma e de conteúdo (mais outro erro clamoroso do PSD que está a criar uma estranha habituação de entregar, voluntariamente, o poder ao PS) e totalmente desaproveitadas (ou sub-aproveitadas) pelas 12 (!) candidaturas. A toda esta embrulhada os eleitores vão responder com uma imensa indiferença.
Por mim votei no meu candidato e sinto uma curiosa sensação de dever cumprido. Agora é esperar pelos resultados, e logo se verá!


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* Sobre as eleições de Lisboa aconselho vivamente o texto do Arq. Saraiva no SOL.

Eu hoje acordei aqui



The Amphitryon Hotel, Nafplion, Greece

Numa cidade que carrega uma tradição milenar de história, cultura e conhecimento. Design moderno, spa e paisagens magníficas. O que podemos pedir mais?

sábado, julho 14, 2007

É bola de berlim quentinha, com e sem creme!



Porventura não como uma bola de berlim há mais de 10 anos. Nunca achei piada a come-las sem ser entre um mergulho e outro, na areia, servida por um dos senhores dos cestinhos de palha que não usava luvas nem pinças, mas que tinha as melhores bolas de berlim do mundo!

Para mim a bola de berlim faz parte do imaginário da praia da minha infância e não quero acreditar que seja possível algum miúdo de 6 ou 7 anos crescer sem comer uma bola quentinha (era do sol e não por ter sido acabada de fritar) saída de um cesto de pick-nick (como eu achava graça àqueles cestos duplos que de um lado tinham as bolas com creme e do outro as sem creme) e servida num guardanapo de papel de má qualidade.

Era uma porcaria? Uma falta de higiene? A ASAE diz que sim e quer acabar com a venda de bolas de berlim nas praias. Hoje tudo tem que ser perfeitamente asséptico e esterilizado sob pena de não cumprir as estritas normas europeias. Concordando com a importância da higiene e com a preocupação com a qualidade, discordo da medida porque não consta que as famosas bolas provocassem crises de estômago ou de fígado nos miúdos e graúdos que as comiam com vontade!

Assim prevê-se que os fins de tarde nas nossas praias se tornem cada vez menos doces, quando ja não for possível chamar um senhor e comprar uma bola ou um barquilho, ou quem sabe, até, um gelado!

sexta-feira, julho 13, 2007

Cultura à sexta



Este domingo, no La Scala, em Milão, será levado à cena um ballet de homenagem a Gianni Versace, o estilista assassinado há dez anos em Miami. O ballet entitulado Grazie Gianni con Amore é uma rapsódia de vários ballets de Maurice Béjart, com figurinos de Versace, reinventando uma colaboração que se iniciara em 1984 e que se manteve até à morte do estilista.

Este ballet será apenas o ponto alto das iniciativas pensadas pela Câmara Municipal de Milão com o objectivo de recordar e homenagear Gianni Versace. Será inaugurada, também no Domingo, uma exposição sobre a obra de Versace e o seu nome será dado a uma rua da cidade de Milão, também conhecida como a cidade da moda.

Gianni Versace, nascido em Itália em 1946, tornou-se um dos grande ícones da moda dos anos 80 e 90, tornando inconfundível o seu estilo ousado que tornava as mulheres símbolos de sensualidade, usando cores fortes, tecidos colantes e cortes provocadores.

O seu estilo viria a ser considerado ultra-caro, ultra-luxuoso e ultra-glamorouso tornando Versace um dos protagonistas-chave da cultura popular, desde o look ostensivamente gastador e o power dressing dos anos 80 aos excessos espampanantes do gueto no final dos anos 90. O seu uso característico de estampagens, de silhuetas «sex bomb» e as referências à cultura da antiguidade clássica granjearam-lhe uma invejável clientela de ricos e famosos. Madonna, Liz Hurley e Diana Spencer eram algumas das suas mais fiéis clientes.

O Império Versace é hoje composto não apenas pela marca Versace, a mais exclusiva e que incluí moda para homem e senhora e acessórios, mas também as marcas Versace Collection, Versace Sport, Versace Jeans Couture e Versus e ainda o Hotel Palazzo Versace, um complexo turístico de 6 estrelas localizado na Aústrália.

quarta-feira, julho 11, 2007

Piada de trabalho*



Não podia ser antes o Daniel Craig??? James Bond por James Bond, antes este!





* O meu boss nos próximos dias será o senhor Roger Moore.

Mestra de Culinária??

A Catarina resolveu passar-me um testezinho estúpido sobre as minhas últimas 5 refeições. Pois bem, quem me conhece sabe que não presto muita atenção a isso, mas aqui vai:

Pequeno Almoço de dia 11 – Iorgurte de beber (dá pra fazer publicidade a marcas?) morango framboesa, por volta das 11.30 da manhã. Nos últimos tempos é sempre este o meu petit déjeuner, tirando aqueles dias em que estou a ‘workar’ e como tal tenho direito a pequeno-almoço continental!

Jantar de dia 10Buffet fantástico no Hotel Tivoli. Realço o recheio de sapateira que estava fantástico e a mesa de queijos de cair pró lado. Breefings destes até que valem a pena! ;)

Almoço de dia 10 – No “dez prá uma” (Castil) para matar saudades dos meus tempos de Rua Castilho! Quiche de cogumelos, salada e sumo de melancia.

Jantar de dia 9 – Bife de peru grelhado e melancia. (Por esta altura já devem ter reparado que sou fã desta fruta!)

Almoço de dia 9McDonalds porque o Henrique (meu companheiro de almoço) queria os bonecos do Shrek que saem no Happy Meal. Isto de ser ‘babysitter’ tem destas coisas!

Enfim, como vêem não há nada de muito interessante nestas minhas últimas 5 refeições e também não será por elas que alguém passará a conhecer-me melhor!

Agora tenho que passar isto, não é??? Pois bem, as minhas vítimas são: a Paulinha, do Arroz de Bacalhau (parece mesmo adequado o teste ao nome do BLOG); o Francisco dos blogs todos que tem, menos a Grupeta; o Diogo do Muchi Suchi, o Gonçalo do Brothers in arms e o recém chegado Vasco do (in)Decisões.





NOTA: E isto tudo sem usar os famosos Tickets Refeição!!!!! ( Private joke just for LO's)

terça-feira, julho 10, 2007

Posts em atraso VII

DOMINGO, JULHO 8, 2007

Eu hoje acordei aqui



A descansar de uma semana muito cansativa com longos passeios na praia e massagens e todos os tratamentos que mereço no Spa! Um luxo...

Posts em atraso VI

SEXTA-FEIRA, JULHO 6, 2007

Cultura à sexta


Bustling Aquarelle, Kandinsky

Kandinsky, pintor russo do século XX, faz parte do famoso trio de abstraccionistas que levaram a pintura não figurativa mais longe (os outros são Piet Mondrian e Kasimir Malevich), sendo, possivelmente, o mais reconhecido dos três.

Wassily Kandinsky poderia ter sido apenas mais um professor de direito na velha Rússia dos czares, se não tivesse sido confrontado, certo dia, com um quadro de Monet que se tornaria o seu chamamento para a arte. Numa época em que os críticos mais tradicionalistas consideravam os quadros impressionistas meros borrões de tinta sobre a tela, Kandinsky ficou deslumbrado com essa forma de retratar a realidade, recriando-a e não se limitando a copiá-la. Levaria esta teoria mais longe do que qualquer outro pintor antes dele, "inventando" a pintura abstracta.

Kandinsky começou a sua carreira em Munique onde estudou pintura na escola de Anton Ažbè, que cedo o decepcionou por não lhe permitir a liberdade criativa que ansiava. Já na década de 1910 Kandinsky desenvolve seus primeiros estudos não figurativos, fazendo com que seja considerado o primeiro pintor ocidental a produzir uma tela abstrata.

Com a I Grande Guerra Kandinsky abandona a Alemanha e acaba por regressar à Rússia natal entusiasmado pela Revolução de Outubro. Porém cedo se desilude com o rumo que segue o regime e sobretudo com a corrente oficial de que a arte deveria estar ao serviço do 'Partido'. Volta à Alemanha onde se junta ao movimento modernista Bauhaus sendo professor nessa escola até ao seu encerramento, pelos Nazis, em 1933.

A obra de Kandinsky encontra-se espalhada por vários museus sendo que grande parte da sua colecção se encontra em exposição permamente no museu Guggenheim de New York, onde existe uma sala exclusivamente dedicada ao artista russo, sendo que 150 dos seus quadros se encontram no Guggenheim de Bilbao.

segunda-feira, julho 09, 2007

Posts em atraso VI

QUARTA-FEIRA, JULHO 4, 2007

Filmes SLIH



Um dos filmes da minha vida que tem todos os elementos para ser um filme SLIH: é romantico, é divertido, tem músicas fantásticas, um guarda-roupa deslumbrante, muita cor, muita vida, muita alegria, muita fantasia!

Não é um clássico nem sequer segue os padrões clássicos de um musical. Quebra as regras todas de como contar uma história mas, no final, é um filme perfeitamente genial! Só não gosto do final, triste. Mas até isso marca Moulin Rouge como um grande filme: apesar da história se desenrolar na mais absoluta fantasia, não se deixa seduzir pelo típico «and the lived happily ever after».

Posts em atraso V

QUARTA-FEIRA, JULHO 4, 2007

Guimarães

Nos próximos dias vou andar por aqui, na cidade berço da Nação!

Posts em atraso IV

TERÇA-FEIRA, JULHO 3, 2007

Day off

Esta foi a única noite desta semana em que dormi alguma coisa parecida com as minhas necessidades de sono. Acordei tarde, tomei o pequeno almoço, calmamente, no hotel e depois fui passear pela «Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto», com paragem obrigatória na Rua de Santa Catarina para satisfazer o impulso consumista em época de pré-saldos e uma visita cultural a Serralves. Para terminar a noite uma actividade política entre amigos. Amanhã é acordar cedo e rumar a Guimarães que o trabalho não espera!

Posts em atraso III

SEGUNDA-FEIRA, JULHO 2, 2007

Casa da Música


Casa da Música

A Casa da Música, no meio da Rotunda da Boavista, causa alguma estranheza a quem a olha pela primeira vez. É esquisita, torta, sem qualquer noção de simetria e totalmente desenquadrada de tudo o que está à volta. Confesso que nunca lá tinha entrado nem sequer a tinha visto de perto. Porém ontem estive lá e tenho que dizer que gostei. Não apenas é um edifício imponente e adequado à função que desempenha, como tem um interior fantástico todo prateado com paredes douradas. Talvez seja por causa da sua excentricidade que eu tenha ficado rendida!

Posts em atraso II

DOMINGO, JULHO 1, 2007

Eu hoje acordei aqui


Pestana Porto Hotel, Porto

Mesmo muito cedo, cansada, em stress e com muito sono, mas quando abria as cortinas e via a vista fabulosa sobre a Ribeira ficava quase reconciliada com a vida!

Posts em atraso I

SEXTA-FEIRA, JUNHO 29, 2007

Cultura à sexta

«Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

(...)

Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim - quase a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!

De tudo houve um começo ... e tudo errou...
— Ai a dor de ser — quase, dor sem fim...
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou...
Momentos de alma que,desbaratei...
Templos aonde nunca pus um altar...
Rios que perdi sem os levar ao mar...
Ânsias que foram mas que não fixei...

Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...

Um pouco mais de sol — e fora brasa,
Um pouco mais de azul — e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...
»


Mário de Sá-Carneiro, um dos meus poetas portugueses de eleição, foi um dos grandes expoentes do Modernismo em Portugal e um dos mais reputados membros do Grupo do Orpheu, do qual faziam também parte Fernando Pessoa, Amadeo de Souza Cardoso, Santa Rita Pintor e Almada Negreiros.

Marcado por uma personalidade histriónica e depressiva, Mário de Sá Carneiro usava a sua obra literária para mostrar ao mundo o que se passava na sua complexa cabeça, falando muitas vezes de si como se de um estranho (ou por vezes monstro) se tratasse.

Na fase inicial da sua obra, Mário de Sá-Carneiro revela influências de várias correntes literárias, como o decadentismo, o simbolismo e o saudosismo, então em franco declínio. Posteriormente, por influência de Pessoa, viria a aderir a correntes de vanguarda, como o interseccionismo, o paulismo ou o futurismo.

Nessas pode mostar de forma muito impressiva a sua personalidade, sendo notória a confusão dos sentidos, o delírio, quase a raiar a alucinação, revelando, ao mesmo tempo, um certo narcisismo e egolatria, ao procurar exprimir o seu inconsciente e a dispersão que sentia do seu «eu» no mundo – revelando a mais profunda incapacidade de se assumir como adulto consistente.

O narcisismo, motivado certamente pelas carências emocionais, levou-o ao sentimento da solidão, do abandono e da frustração, plasmado numa poesia onde surge o retrato de um inútil e inapto. A crise de personalidade levá-lo-ia, mais tarde, a abraçar uma poesia onde se nota o frenesim de experiências sensórias, pervertendo e subvertendo a ordem lógica das coisas, demonstrando a sua incapacidade de viver aquilo que sonhava ("um pouco mais de sol - e fora braza"), sonhando por isso cada vez mais com a aniquilação do eu, o que acabaria por o conduzir, em última análise, ao seu suicídio.

Suícidou-se, com apenas 26 anos, em Paris, no Hotel de Nice com 5 frascos de estricnina, tornando realidade um verso de um dos seus poemas: «Em Paris, é preferível, por causa da legenda...»

O SLIH está de volta

De volta e com dezenas de posts em atraso, mas ainda não será agora que terei tempo de os fazer... Mas prometo que durante o dia de hoje o SLIH voltará em grande, com novidades e os posts habituais que faltaram durante mais de uma semana!

I'll be back!